Tuesday, May 31, 2011

A dura poesia concreta de Indianápolis

No meu último post, usei o verso de Caetano, que agora está no título, para me referir aos muros de Mônaco. Diante do final das últimas 500 Milhas de Indianápolis, não há como não soar repetitivo.

Diante de uma prova que teve menos bandeiras amarelas do que as equipes haviam previsto, as últimas voltas pelo mítico oval foram um festival de panes secas e anticlimáticos splash and go's. No meio da massa, emergiria JR Hildebrand, rookie, como líder e favorito. Na última curva do último giro, eis que uma ultrapassagem afobada o joga contra a soft barrier.

Enquanto a inércia o carrega para a linha de chegada, Dan Wheldon o ultrapassa e vence, e vira o herói. Não deixo de imaginar que, mesmo com três rodas, um claro vazamento de óleo e um motor provavelmente inativo, Hildebrand estivesse afundando o pé direito no pedal do acelerador com todas as forças de que dispunha até que sua inútil carapaça de metal parasse completamente. Em vão.

Se Hildebrand não saiu da mítica prova como vencedor, ao menos ele pode se gabar de algo que Wheldon jamais (?) saberá o que é: o mundo inteiro compartilha e compreende sua cara de embasbacado.

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