Sunday, December 4, 2011

RIP Newman/Haas


A Newman/Haas encerrou suas atividades. Liberou seus empregados para procurar outra ocupação, não alinhará monoposto na Indycar em 2012. O anúncio vem após uma temporada que, se não foi das piores, esteve longe de fazer jus a um dos nomes mais respeitados do automobilismo mundial.

É de se lamentar que uma equipe outrora poderosa feche as portas. Por outro lado, foi uma "morte" de causas naturais; a exemplo da Lotus, teve um ciclo de vida orgânico. Paul Newman já deixou o mundo dos vivos. Carl Haas, por mais que diga que correrá atrás de patrocínio, carrega consigo 81 anos.

Fundado em 1983, o time foi casa de Mario e Michael Andretti (abaixo, em Detroit, 1991), Nigel Mansell, Cristiano de Matta e Sébastian Bourdais (acima, no canadá, em 2004) na CART. Isso para ficar só nos campeões. Com a saída dos grandes "players" da categoria, como Penske, Forsythe e Ganassi, ela reinou sozinha com o francês nos últimos anos da Champcar. A falência da categoria forçou, também, sua mudança para a Indy.


Este foi o golpe fatal. Mas o 'envelhecimento' da equipe carrega uma marca curiosa: ele é visível nas fotos. Vendo seus carros desde os anos 80 até o início dos 2000, é possível identificar o logo da Kmart na lataria. Uma das grandes redes de varejo dos EUA, ela aproveitava para sublocar as cotas de patrocínio compradas do time e sublocá-lo para as marcas que entupiam as prateleiras de seus supermercados.

A Kmart fez parte, durante muito tempo, do dia a dia do estadunidense médio. Em 2002, no rebote da quebra da Enron, vítima da ganância de seus proprietários, a rede pediu concordata. Ela chegou a ser resgatada, e reestruturada, sob pena de demitir um contingente enorme de empregados. Mas, desde então, a Newman/Haas teve de arranjar outro parceiro comercial.


Este veio a ser o McDonald's. A rede de lanchonetes também é parte do dia a dia dos norte-americanos, mas... mas algo curioso aconteceu com a turma do Ronald nos últimos anos.

O brasileiro que visitava os EUA em meados dos anos 90 poderia conferir a onipresença da marca, com uma loja sempre à vista. Isso acabou. Hoje, Starbucks existem aos montes. McDonald's, nem tantos.

Quando a Newman/Haas começou a pintar seus carros vencedores de vermelho e amarelo, a marca que ostentava já era decadentista. Algo do passado, nostálgico, até. Algo que remetia aos anos 80 e 90, quando a Indycar ainda era algo importante. A Newman/Haas mudou de marca, mas continuou presa àqueles mesmos anos de glória, cada vez mais distantes.

Assim ela chega ao fim, cheia de reminiscências do passado, como um velho rabugento. Humana, demasiado humana.

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