Arquiteto não desenhou Montréal. Já estavam lá as ruas, as curvas, os grampos a desviarem das edificações de uma exposição mundial e de um dos Jogos Olímpicos mais belos da história recente.
A Fórmula 1 foi para lá. Já não cabia na remota Mosport das curvas rápidas e dos saltos, a cidade grande era uma opção razoável quando uma legião de franco-canadenses foi despertada ao ronco dos motores por causa de um pequeno patrício que se divertia com os perigos de ser um corredor profissional nos anos 70.
Villeneuve passou e Montréal permaneceu na Fórmula 1. Outros chegaram e passaram, novamente. O Grande Prêmio nunca foi apenas uma corrida para os canadenses e os québecois, mas uma celebração dos raros dias de tempo ameno, que ocorrem de junho a setembro no país.
A Fórmula 1 perdeu seu evento de maior latitude por uma canetada, porque alguém lá de cima achou que é melhor abrir espaço no ano para que um GP seja realizado ao redor de arquibancadas vazias pagas pelo petróleo de um sheik qualquer. Aquele cara vai desenhar as retas e as curvas - os ignorantes a chamarão pista.
E então se faz passado aquela arquitetura verdadeiramente bonita que circundava o autódromo Gilles Villeneuve, se faz passado o que havia de cultura nas corridas, a festa tornou-se evento, e o automobilismo, mais uma vez, asfalta o caminho de sua morte.
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