Saturday, December 6, 2008
A possibilidade de 18 carros
Se a Honda não encontrar um comprador para seu espólio em Enstone, é muito provável que a Fórmula 1 não consiga alinhar mais de 18 carros para o GP da Austrália do próximo 29 de março.
Será o grid mais enxuto em décadas. Mais precisamente, não há um GP com 18 carros desde 25 de outubro de 1970, no México. Foi um evento atípico: era a décima terceira e última prova do campeonato mais longo disputado até então. Economicamente inviável para muitas equipes pequenas, os próprios organizadores limitaram a 18 os carros inscritos – numa época em que os organizadores das corridas tudo podiam; a título de curiosidade, não foi raro haver mais de 25 inscritos nas provas daquela temporada.
Poderiam ter sido 19 os participantes. Não havia mais vagas para François Cévert, no segundo carro da Tyrrell Racing Organisation, que forçou uma negociação nos bastidores, na qual se decidiu, com o apoio da FOCA, que Jo Bonnier cederia sua inscrição.
Justificava-se o número reduzido de carros, já que os boxes eram apertados e inseguros, e o circuito já estava longe dos padrões de segurança da época. Havia barreiras de armco na saída de algumas curvas, mas a multidão que foi assistir à corrida tomou-as por completo. A pista amanheceu com papel e garrafas quebradas no asfalto, fazendo com que Stewart, num carro de turismo, sinalizasse à torcida para parar de jogar coisas. Cogitou-se o cancelamento, mas largaram.
A corrida foi conduzida sem percalços, exceto para Stewart, que atropelou um cão na volta 14 e, ao contrário deste, não se machucou. Ganhou Jacky Ickx, numa Ferrari que, mesmo em grids vazios, sempre esteve presente. Não à tôa, o México teve de esperar 16 anos para ver outra corrida de Fórmula 1 in loco.
Exceto por um engano de minha parte, após este GP, jamais houve uma prova com menos de 20 carros alinhados (alinhar e largar são conceitos diferentes), a não ser no GP da Argentina de 1973, com 19 carros.
O menor quorum registrado em provas válidas para o Mundial foi de 14 carros, e ocorreu três vezes: duas em 1969, nos GPs da Espanha e França; a outra no primeiro mundial, 1950, no GP da Bélgica.
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