O fato é que a Renault voltava a remeter em suas cores às suas primeiras incursões no automobilismo. Quando a marca francesa alinhou para o GP da Grã-Bretanha de 77 era uma lataria pintada de amarelo e preto que revestia o ousado motor turbo. Com um padrão cromático semelhante a equipe correu até se desligar da categoria pela primeira vez, em 85.
Nos anos 2000, quando voltou a competir como construtora, pouca ou nenhuma concessão foi feita às cores originais. O azul da marca de cigarros, o laranja da seguradora, o amarelo sempre fora de contexto.
Mas agora a velha pintura voltou. Estranho, porém, que ele retorne no mesmo momento em que a Renault sai. De “Renault” a atual equipe guarda pouco mais que o nome, já que o controle acionário está agora em mãos do fundo de investimento Genii Capital, de Luxemburgo.
Outra menção ao passado que ganhou as manchetes foi a da Mercedes, que volta a batizar uma equipe de Fórmula 1 após mais de 50 anos. A importância com que tratou de sua imagem foi patente: a apresentação da nova pintura foi uma glamourosa recepção em Stuttgart, a partir de um Brawn GP do ano passado. A apresentação do novo modelo, como a Renault e outras, foi colocar o carro na frente da garagem em Valência, pouco antes de ir para a pista.
Dois detalhes merecem nota: em primeiro lugar, o nome do modelo, W01 - os modelos da marca começam com W desde os anos 30. E em segundo lugar, a numeração dos carros foi desenhada à maneira dos carros dos anos 30 e 50, em vermelho dentro de um círculo branco. Uma referência inesperada, já que a cor prateada, supunha-se, seria suficiente para remeter aos dias gloriosos.
Por que gravar o passado “na carne” dos novos carros? O que explica tanto afinco em registrar as próprias origens, em voltar às velhas cores e aos velhos padrões gráficos?
A Fórmula 1 tem alardeado que em 2010 voltará a sua “velha forma”, com o “bom e velho” grid de 26 carros e corridas sem reabastecimento “como antigamente”. Há todo um movimento de retorno, de refluxo, que faz parte de uma nova tentativa de legitimação da categoria.
Mas afinal, como legitimar um carro “Renault” que a Renault sequer se dignou a custear? E como legitimar um carro Mercedes desenvolvido em Brackley a partir do projeto uma equipe inglesa cujo poder está centralizado em um inglês?
A resposta, para Mercedes e Renault, está dada: pinte-se por cima, com o verniz do passado.
Dois detalhes merecem nota: em primeiro lugar, o nome do modelo, W01 - os modelos da marca começam com W desde os anos 30. E em segundo lugar, a numeração dos carros foi desenhada à maneira dos carros dos anos 30 e 50, em vermelho dentro de um círculo branco. Uma referência inesperada, já que a cor prateada, supunha-se, seria suficiente para remeter aos dias gloriosos.
Por que gravar o passado “na carne” dos novos carros? O que explica tanto afinco em registrar as próprias origens, em voltar às velhas cores e aos velhos padrões gráficos?
A Fórmula 1 tem alardeado que em 2010 voltará a sua “velha forma”, com o “bom e velho” grid de 26 carros e corridas sem reabastecimento “como antigamente”. Há todo um movimento de retorno, de refluxo, que faz parte de uma nova tentativa de legitimação da categoria.
Mas afinal, como legitimar um carro “Renault” que a Renault sequer se dignou a custear? E como legitimar um carro Mercedes desenvolvido em Brackley a partir do projeto uma equipe inglesa cujo poder está centralizado em um inglês?
A resposta, para Mercedes e Renault, está dada: pinte-se por cima, com o verniz do passado.
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