Saturday, February 20, 2010

___ Racing Green


Ao escrever o post “Em busca de legitimidade”, há algumas semanas, não imaginei que outra equipe iria corroborar minhas ideias tão rapidamente.

A nova Lotus apresentou recentemente seu novo modelo e pintura, que remete ao British Racing Green usado por sua célebre ‘ancestral’. Na verdade, o verde escuro com uma faixa central amarela não foi aplicado aos carros de Colin Chapman antes de 1963, e descontinuado após a primeira prova de 1968. Não obstante, ela encobre um período glorioso da marca, que compreende quase todas as conquistas de Jim Clark.

Em 1992, a equipe já mantida de pé graças ao sangue e suor de Peter Collins e outros ex-funcionários, reeditou uma pintura em verde e amarelo, mas em outro esquema gráfico. E aquela temporada esteve longe de ser gloriosa.

É importante ponderar que a nova Lotus tem esse nome porque comprou o direito de tê-lo, não porque usa a cor x ou y em sua lataria. É um direito comercial.

A grande intenção da Lotus com sua pintura é apelar ao imaginário do público (do público europeu, em particular), é forjar uma Lotus “como ela seria” se não tivesse acabado. No entanto, o verniz do passado não pode encobrir o fato de que Trulli e Kovalainen pilotarão, fundamentalmente, o simulacro de uma Lotus.

E um simulacro, ainda que bem construído, não será mais do que um simulacro.

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