Muitos detalhes podem ter chamado a atenção no lançamento do novo carro da Red Bull ontem, em Jerez: as linhas convencionais, os novos patrocinadores estampados ou até o estranho gorro que Vettel estava usando. Algo igualmente digno de menção é a pintura do aerofólio, que reproduz a latinha que dá nome ao time.
É importante atentar a ela por ser uma das únicas (ou única?) apostas numa pintura figurativa este ano. Isso não influi no rendimento do carro em pista, claro, mas revela a forma de a equipe lidar com sua exposição midiática.
Quem algum dia leu sobre a história da arte no século XX sabe que as manifestações estéticas migraram do figurativismo para o abstracionismo na fase moderna. A pintura dos carros na Fórmula 1 se movimenta na direção contrária: está calcada no abstrato e, eventualmente, se desloca para o figurativo.
Uma das primeiras e mais radicais apostas nesse sentido foi realizada pela Hesketh, no final dos anos 70, ao estampar desenhos de pin-ups na lataria. A Shadow também desenhou leões no mesmo período. Hoje, no entanto, é impossível vê-las exceto como uma manifestação isolada e kitsch – certamente chamou a atenção, mas não parecia fazer sentido.
Já nos anos 90 foi a vez da Jordan retomar a incursão figurativista, brincando com o bico de seus carros. Primeiro estampou uma cobra, depois uma abelha e, finalmente, um tubarão estilizado.
Agora é a vez da Red Bull, que estampa pela primeira vez num carro de Fórmula 1 a imagem do produto que quer vender. Seus modelos sempre ostentaram o touro estilizado, mas ele funcionava mais como ícone do que como uma foto. E, por mais que a abelha no carro da Jordan remetesse ao patrocinador, eles vendiam cigarros, e não abelhas.
A aposta da Red Bull em apresentar seu produto (a latinha) em vez apenas do logo é bastante consciente: ela sabe que seus consumidores estarão assistindo a corrida pela TV. Não apenas pela TV, mas em TVs grandes. Nos anos 70 a Fórmula 1 chegava aos telespectadores, via de regra, em formato pequeno e de baixa resolução, quando não em preto e branco. Hoje a recepção mudou – mas não a forma das equipes estamparem seus patrocinadores.
Olhar a Red Bull este ano, portanto, será importante não apenas pelo seu desempenho, mas também para ver se sua forma de anunciar o produto dará certo.
Afinal, é uma questão de tempo para que as corridas passem a ser transmitidas em full HD – embora a FOM resista a adotar tecnologias mais avançadas de resolução, alguma hora ela terá de ceder.
E quando a alta definição chegar à Fórmula 1, talvez as outras equipes adotem a mesma estratégia. Para além de Adrian Newey, a Red Bull está lançando tendência.
É importante atentar a ela por ser uma das únicas (ou única?) apostas numa pintura figurativa este ano. Isso não influi no rendimento do carro em pista, claro, mas revela a forma de a equipe lidar com sua exposição midiática.
Quem algum dia leu sobre a história da arte no século XX sabe que as manifestações estéticas migraram do figurativismo para o abstracionismo na fase moderna. A pintura dos carros na Fórmula 1 se movimenta na direção contrária: está calcada no abstrato e, eventualmente, se desloca para o figurativo.
Uma das primeiras e mais radicais apostas nesse sentido foi realizada pela Hesketh, no final dos anos 70, ao estampar desenhos de pin-ups na lataria. A Shadow também desenhou leões no mesmo período. Hoje, no entanto, é impossível vê-las exceto como uma manifestação isolada e kitsch – certamente chamou a atenção, mas não parecia fazer sentido.
Já nos anos 90 foi a vez da Jordan retomar a incursão figurativista, brincando com o bico de seus carros. Primeiro estampou uma cobra, depois uma abelha e, finalmente, um tubarão estilizado.
Agora é a vez da Red Bull, que estampa pela primeira vez num carro de Fórmula 1 a imagem do produto que quer vender. Seus modelos sempre ostentaram o touro estilizado, mas ele funcionava mais como ícone do que como uma foto. E, por mais que a abelha no carro da Jordan remetesse ao patrocinador, eles vendiam cigarros, e não abelhas.
A aposta da Red Bull em apresentar seu produto (a latinha) em vez apenas do logo é bastante consciente: ela sabe que seus consumidores estarão assistindo a corrida pela TV. Não apenas pela TV, mas em TVs grandes. Nos anos 70 a Fórmula 1 chegava aos telespectadores, via de regra, em formato pequeno e de baixa resolução, quando não em preto e branco. Hoje a recepção mudou – mas não a forma das equipes estamparem seus patrocinadores.
Olhar a Red Bull este ano, portanto, será importante não apenas pelo seu desempenho, mas também para ver se sua forma de anunciar o produto dará certo.
Afinal, é uma questão de tempo para que as corridas passem a ser transmitidas em full HD – embora a FOM resista a adotar tecnologias mais avançadas de resolução, alguma hora ela terá de ceder.
E quando a alta definição chegar à Fórmula 1, talvez as outras equipes adotem a mesma estratégia. Para além de Adrian Newey, a Red Bull está lançando tendência.
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