Sunday, October 31, 2010

O que seria da Fórmula 1 sem Ecclestone?

E quem diria que um piloto tão medíocre seria tão importante para a história da F1?

Bernie Ecclestone completou 80 temporadas de vida no último dia 28 com um currículo obscuro... dentro de um carro de corrida. Aparece inscrito em algumas provas desimportantes de 1953 na Inglaterra, como o London Trophy em Crystal Palace, ou um evento em Thruxton vencido por Tony Rolt. Ressurgiria nos cockpits apenas em 1958, desta vez para o GP de Mônaco de 1958: não conseguiu tempo para fazer largar a sua Connaught-Alta particular.

Foi às margens do pit lane que Ecclestone encontrou seu lugar no mundo e, por mais mistérios que cerquem seu trabalho, os resultados são mais do que visíveis.

Ecclestone transformou a Fórmula 1 em uma poderosa máquina movimentadora de capital, numa simbiose entre esporte e showbiz, um programa de tv visto pelo mundo inteiro, que fala a língua supranacional do ronco dos motores.

Isso todo mundo já sabe. A pergunta que faz especialistas gaguejarem é: como seria a Fórmula 1, e o automobilismo em geral, não fosse por Ecclestone? Ela ainda existiria?

Não pode existir resposta certa para isso, bem como não podem existir também as erradas. Por isso, dou a saber a minha própria especulação.

Sem a concentração de poder e o aparato midiático trazidos pr Ecclestone, talvez a Fórmula 1 fosse, hoje em dia, uma espécie de Tour de France: um evento tipicamente europeu, que levasse os habitantes das pequnas cidades a saírem em massa de suas casas para formarem um paredão humano em torno das estradas. Arrebatador, mas sem a capacidade de despertar uma fagulha de interesse massivo em quem vê de fora, em outro país ou em outro continente.

Mais desconcertante ainda, porém, seria especular em outro sentido: não fosse por Ecclestone, não haveria outra pessoa para articular a revolução que ele empreendeu no automobilismo? Essa revolução teria sido possível de alguma outra maneira?

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