Thursday, October 14, 2010

Três Tigres Tilke


Sem grandes surpresas, a força da grana venceu o bom senso e o circuito de Yeongam deverá ser a sede de uma das estréias de GP mais desastrosas desde a natimorta Dallas.

Enquanto aguardamos ansiosamente os primeiros relatos dos correspondentes, é possível analisar o fato do ponto de vista econômico e político. Afinal, a Coreia do Sul é o terceiro tigre asiático a entrar no itinerário do circo da Fórmula 1.

Chamamos Tigres Asiático aqueles países, digo, aquelas economias, digo, aqueles mercados orientais de território pequeno, senão exíguo, que ninguém sabia onde ficavam antes da Segunda Guerra e, a partir dos anos 1960, se tornaram verdadeiras potências.

De todos estes países, a Coreia tem a trajetória mais destacada. Talvez porque, no início dos anos 1950, os sonhos de grandeza de Mao Tse-Tung tenham obrigado os EUA a decorarem a posição daquela península no mapa mundi. Com o exército ianque vieram os dólares e, com estes, as fábricas e, com estas, mais dólares. Apoiados numa política econômica completamente voltada para a exportação, os coreanos conquistaram seu espaço no rol dos donos da grana.

Na esteira, outras economias, como as de Hong Kong, Taiwan e Cingapura, experimentaram crescimento econômico proporcional ao crescimento da altura dos prédios de seus centros financeiros.

É claro que a farra não durou muito tempo. Primeiro, porque seus habitantes não parecem muito afeitos ao lazer. Em segundo, porque este modelo os torna muito dependentes da situação financeira internacional, ocasionando crises brabas de tempos em tempos.

Por outro lado, enquanto estes quatro perdiam o posto de bola da vez, outros países copiavam seus modelos e se davam razoavelmente bem: Malásia e Vietnã, por exemplo.

Curioso atentar para o fato de que, dos três Tigres presentes na Fórmula 1, os dois “mais velhos” foram justamente os últimos a se interessarem pelos carrinhos andando em círculos.

Primeiro, veio a Malásia, que construiu Sepang mais ou menos ao mesmo tempo em que subiam as portentosas Torres Petronas.

Apenas quase dez anos depois Cingapura os seguiu. E agora, toda atrapalhada, a boa e velha Coréia se junta ao grupo. Assim a Fórmula 1 ganha seu mais novo tilkódromo.

0 comments:

Post a Comment