Dia estressante hoje, na parte da manhã. A Confusa Engenharia de Tráfego (CET) tratou de complicar a circulação, o que me rendeu um agradável passeio pelo bairro de Interlagos antes do sol nascer. Os lugares para o público se estreitaram com a quantidade absurda de torcedores que compareceu, relativa a outros sábados.
Almoçar foi um inferno, há penitenciárias com refeições mais saudáveis e bem servidas do que nas lanchonetes onipresentes e ineficientes do setor A. Por fim, a preocupação em garantir um bom lugar amanhã. Estamos prevendo que a fila de entrada será apenas comparável com aquela do ano 2000, quando Barrichello estreou na Ferrari.
Agora, ao fim do dia, a maioria das preocupações se dissipou. O que resta são as memórias daquilo que aconteceu em pista. E este que vos escreve, tão ferrenho defensor de Lewis Hamilton, se viu de repente torcendo fervorosamente para Felipe Massa. Não há outra opção, a arquibancada é um organismo dotado de vontade própria e os indivíduos nela são apenas uma fração irracional.
O desempenho dos pilotos, o grid de largada completo, quem assiste pela tv tem muito mais informações do que quem estava rachando no sol de Interlagos. Em compensação, televisão não transmite cheiro (a Fórmula 1 tem aroma, acreditem ou não), tem o som limitado, uma latitude de cores menor... Toma cerveja gelada, mas não se diverte tanto.
Estar ao vivo numa corrida é entrar em contato com parte do automobilismo clássico, quando uma corrida não servia para vender cigarros, mas sim para o homem explorar os limites da técnica; e sentar à beira da estrada para ver carros passarem era desenvolver uma relação de risco com o piloto e com a tecnologia.
Essa relação ainda existe hoje, embora lavada pela esterilização e comodidade oferecidas pela cultura de massa. Cultura de Massa?
Saturday, November 1, 2008
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
0 comments:
Post a Comment