Se você, leitor, chegou até este blog, provavelmente Luís Fernando Ramos dispensa apresentações. A mim também dispensava, e não foi surpresa que em nosso primeiro contato uma conversa despretensiosa e informal se desenrolasse naturalmente. Do diálogo, trago alguns trechos a público.
Não por acaso, o assunto dominante foi a Fórmula 1. Após sua primeira temporada completa in loco, Ico trouxe na bagagem lembranças memoráveis, histórias dos bastidores e impressões que deslumbrariam qualquer jovem blogueiro. Por exemplo: “Tanto o Rubinho quanto o Massa atendem bem a imprensa, mas o melhor para se entrevistar é o Nelsinho Piquet. Ele é um cara tímido, um pouco agressivo no começo, mas depois que se tem sua confiança, ele se solta e rende as melhores falas”.
Isso não quer dizer que não admire os outros brasileiros. Ao comentar sobre as parcas chances de Barrichello em continuar na categoria, deixou claro que sua saída seria (será) uma grande perda para a Fórmula 1. “Só no Brasil ele tem essa imagem. No resto do mundo, é um piloto respeitadíssimo. Mesmo no paddock, o pessoal de outras equipes nos perguntava, afinal, por que a Honda iria dispensá-lo”.
Na principal disputa do ano, entre Massa e Hamilton, Ico recusa análises simplistas. “Chegaram a dizer que, se Massa vencesse o campeonato, não seria tão legal, porque ele não é um piloto tão carismático. Eu penso justamente o contrário: ele é gente como a gente, não um cara 'predestinado' (pronunciado com um quê de ironia) como o Hamilton, alguém que foi treinado desde pequeno para ganhar este título. Acho que seria muito mais interessante alguém como o Massa vencendo.”
Hamilton mereceu o campeonato? “Bom... todos os erros de Hamilton devem ser creditados a ele, enquanto os de Massa também são crédito da Ferrari. Claro, a corrida de Felipe na Grã-Bretanha foi lamentável (não me lembro ao certo se este foi o termo utilizado), assim como a batida de Hamilton no Canadá. Agora, ninguém fala que o clímax dessa disputa só aconteceu por causa daquela punição no GP da Bélgica... Você estava lá em Interlagos, né? Como foi a comemoração pelo título do Massa?”
Contei sobre nossa folie à plusieurs.
O jornalista
Aproveitando sua estadia no Brasil, Ico visitou seus colegas de Rádio Bandeirantes, que trabalharam com ele durante o ano... Boa parte deles, viu pela primeira vez. “As pessoas me cumprimentaram bastante quando souberam quem eu era. Inclusive, me deram um cd com a gravação de todas as transmissões que eu fiz na temporada. Quero ouvi-las para sentir a evolução entre a Austrália e o Brasil. No primeiro GP, acho que estava muito travado, já que foi a primeira vez que fiz rádio”.
É um trabalho glamouroso, embora nada fácil. “Cobrir as provas é pesado. Ficamos no autódromo, quinta e sexta, das 9h da manhã às 9h da noite. No sábado, começamos às 9h e terminamos às 11h da noite. E, no domingo, trabalha-se das 9h até o começo da madrugada. Ao mesmo tempo em que se viaja o mundo, você fica com a pulga atrás da orelha por não conhecer os lugares. Por exemplo, cheguei na quarta-feira na China. Fui sempre direto ao autódromo na quinta, sexta e sábado, e só então, no sábado à noite, saí para conhecer de fato a cidade”.
Atualmente seus dias estão mais calmos, trabalhando no anuário AutoMotor 2008/2009. Sua função é coordenar a equipe, o que significa ler todos os textos, escrever alguns e rever todas as páginas muitas vezes antes de serem publicadas. “Eu só vejo mesmo o anuário quase um ano depois de ele ter sido publicado. Quando eu recebo a nova edição, já vi aquilo tantas vezes que nem presto mais atenção, fica guardado no armário”. Isso não quer dizer, porém, que ele e a equipe não se orgulham, com razão, do trabalho. Muito pelo contrário.
Ao terminar a conversa, minha cabeça se enchia de perguntas não-feitas, que vão ficar para uma próxima – provavelmente, não tão cedo. Ico, pela primeira vez, não vai fechar o anuário do Brasil. Após um ano de trabalho árduo, ele pretende descansar... viajando.
Não por acaso, o assunto dominante foi a Fórmula 1. Após sua primeira temporada completa in loco, Ico trouxe na bagagem lembranças memoráveis, histórias dos bastidores e impressões que deslumbrariam qualquer jovem blogueiro. Por exemplo: “Tanto o Rubinho quanto o Massa atendem bem a imprensa, mas o melhor para se entrevistar é o Nelsinho Piquet. Ele é um cara tímido, um pouco agressivo no começo, mas depois que se tem sua confiança, ele se solta e rende as melhores falas”.
Isso não quer dizer que não admire os outros brasileiros. Ao comentar sobre as parcas chances de Barrichello em continuar na categoria, deixou claro que sua saída seria (será) uma grande perda para a Fórmula 1. “Só no Brasil ele tem essa imagem. No resto do mundo, é um piloto respeitadíssimo. Mesmo no paddock, o pessoal de outras equipes nos perguntava, afinal, por que a Honda iria dispensá-lo”.
Na principal disputa do ano, entre Massa e Hamilton, Ico recusa análises simplistas. “Chegaram a dizer que, se Massa vencesse o campeonato, não seria tão legal, porque ele não é um piloto tão carismático. Eu penso justamente o contrário: ele é gente como a gente, não um cara 'predestinado' (pronunciado com um quê de ironia) como o Hamilton, alguém que foi treinado desde pequeno para ganhar este título. Acho que seria muito mais interessante alguém como o Massa vencendo.”
Hamilton mereceu o campeonato? “Bom... todos os erros de Hamilton devem ser creditados a ele, enquanto os de Massa também são crédito da Ferrari. Claro, a corrida de Felipe na Grã-Bretanha foi lamentável (não me lembro ao certo se este foi o termo utilizado), assim como a batida de Hamilton no Canadá. Agora, ninguém fala que o clímax dessa disputa só aconteceu por causa daquela punição no GP da Bélgica... Você estava lá em Interlagos, né? Como foi a comemoração pelo título do Massa?”
Contei sobre nossa folie à plusieurs.
O jornalista
Aproveitando sua estadia no Brasil, Ico visitou seus colegas de Rádio Bandeirantes, que trabalharam com ele durante o ano... Boa parte deles, viu pela primeira vez. “As pessoas me cumprimentaram bastante quando souberam quem eu era. Inclusive, me deram um cd com a gravação de todas as transmissões que eu fiz na temporada. Quero ouvi-las para sentir a evolução entre a Austrália e o Brasil. No primeiro GP, acho que estava muito travado, já que foi a primeira vez que fiz rádio”.
É um trabalho glamouroso, embora nada fácil. “Cobrir as provas é pesado. Ficamos no autódromo, quinta e sexta, das 9h da manhã às 9h da noite. No sábado, começamos às 9h e terminamos às 11h da noite. E, no domingo, trabalha-se das 9h até o começo da madrugada. Ao mesmo tempo em que se viaja o mundo, você fica com a pulga atrás da orelha por não conhecer os lugares. Por exemplo, cheguei na quarta-feira na China. Fui sempre direto ao autódromo na quinta, sexta e sábado, e só então, no sábado à noite, saí para conhecer de fato a cidade”.
Atualmente seus dias estão mais calmos, trabalhando no anuário AutoMotor 2008/2009. Sua função é coordenar a equipe, o que significa ler todos os textos, escrever alguns e rever todas as páginas muitas vezes antes de serem publicadas. “Eu só vejo mesmo o anuário quase um ano depois de ele ter sido publicado. Quando eu recebo a nova edição, já vi aquilo tantas vezes que nem presto mais atenção, fica guardado no armário”. Isso não quer dizer, porém, que ele e a equipe não se orgulham, com razão, do trabalho. Muito pelo contrário.
Ao terminar a conversa, minha cabeça se enchia de perguntas não-feitas, que vão ficar para uma próxima – provavelmente, não tão cedo. Ico, pela primeira vez, não vai fechar o anuário do Brasil. Após um ano de trabalho árduo, ele pretende descansar... viajando.
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