Tuesday, March 3, 2009
Quem disse que Amon não venceu?
Aqueles que preferem ver o automobilismo através das tabelas de campeonato sem dúvida não se deterão em Chris Amon. Com um pouco de sorte, encontrarão uma única vitória em seu currículo de Grands Prix disputados, na Argentina em 1971, corrida de Fórmula 1 não-válida para o campeonato.
Não verão porém suas performances brilhantes, como, por exemplo, no GP da Espanha de 1969. E com muita surpresa descobririam, talvez, que Amon detém o título de campeão da Tasman Series deste mesmo ano.
Pode-se se argumentar que a Tasman Series já não estava no auge. Longford havia sido desativada, o campeão do ano anterior, Jim Clark, estava morto e, pior, com os custos crescentes da Fórmula 1, nenhum construtor estava interessado em desenvolver um chassi especial e um motor de 2,5 litros para um campeonato de dois meses de duração.
De fato, no ano seguinte o regulamento da Tasman mudaria para que se adotassem carros de Fórmula 5000, produzidos em série nos EUA e no Reino Unido, e, com isso, a competição perderia toda sua relevância no plano internacional.
Entretanto, Amon ganhou um campeonato no qual alinharam pilotos do porte de Jochen Rindt, Piers Courage, Graham Hill e Jack Brabham. Venceu quatro provas em sete, totalizou seis pódios.
Amon era um jovem nativo, quase anônimo, quando alinhou para sua primeira corrida válida para a Tasman, em 1964, na etapa de Teretonga, na sua Nova Zelândia natal. As vitórias só apareceram, porém, quatro anos depois, em 1968. Não foi um campeonato qualquer. Os quatro maiores construtores de carros de Grand Prix marcaram presença: Brabham, Ferrari (equipe de Amon), Lotus e BRM, sendo que esta última e a Cosworth desenvolveram motores especiais para o campeonato.
Chris faturou as duas primeiras corridas, Pukekohe e Levin (ambas em seu país de origem). A primeira prova foi tumultuada e cheia de acidentes, e marcada pelo abandono de Clark enquanto liderava. Em Levin, também não houve tranquilidade na pista. Amon escoltava os líderes nas primeiras voltas quando herdou a liderança. Atrás dele, Clark descontava uma diferença de 26 segundos rapidamente. O escocês crescia em seu retrovisor quando a suspensão da Lotus quebrou. Sem errar, Amon carregou o carro até a linha e chegada. Alguém acha que estas vitórias não tiveram mérito? Alguma vez na vida Amon tinha que ter a sorte a seu lado...
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