Em tempos de Copa do Mundo nem teria tanta graça assim acompanhar a Fórmula 1. Não teria, porque o GP do Canadá nos ofereceu um espetáculo muito mais empolgante do que qualquer um dos jogos já realizados na África do Sul até o momento.
Culpa, ou melhor, graças aos pneus, comidos vivos pelo asfalto de Montreal. Montréal, diga-se, aquele circuito que nunca deveria ter saído do calendário. Muros próximos, traçado seletivo, retas grandes e carros a centímetros de distância uns dos outros. Não poderia resultar em outra coisa que não ultrapassagens, disputas e batidas. Muitas batidas. E muitas punições também: em reação a uma corrida de verdade, o Race Control, com Emerson Fittipaldi como convidado, distribuiu punições a rodo, inclusive uma (inédita?) para Petrov por ter "causado uma colisão". Ah, se os árbitros do futebol fossem tão criteriosos...
A quantidade de pit stops causou uma troca de líderes constante, tendo até Buemi sentido o vento na cara por alguns quilômetros.
Passado o prazo de validade dos pneus da Red Bull, mais curto que o das outras equipes (exceto, talvez, a Mercedes), a corrida se converteu numa decisão entre Hamilton e Alonso, que o inglês venceu com facilidade. A McLaren voa nas retas e até que se vira nas curvas, especialmente nas lentas. O resultado, óbvio, foi uma dobradinha para Woking. Lewis, que mostrou garra o fim de semana inteiro e sempre se mostrou à vontade no Circuit Gilles Villeneuve, levou um dos troféus mais merecidos de sua carreira.
Outros nomes a se notar foram de Schumacher, habitué do pit lane, lutando até a última volta para não ser ultrapassado; e Felipe Massa, outro highlander, que, a exemplo de 2008, fez uma corrida-show de recuperação, com direito a uma das ultrapassagens mais bonitas do ano. Só não conseguiu ultrapassar Schumacher, o que nos remete à velha lição dos filmes de kung fu: você só é bom de verdade quando consegue superar seu mestre...
Sunday, June 13, 2010
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