Friday, August 7, 2009

BMW e Wall St.

Que a BMW anunciou a retirada da sua equipe (a BMW Sauber) da Fórmula 1 no ano que vem, não constitui novidade há mais de uma semana. Silenciei a respeito do fato para dar-lhe tempo, especulava-se que a FIA estenderia o prazo para a assinatura do Pacto da Concórdia para até quarta-feira. O tempo não foi suficiente para Peter Sauber encontrar um comprador ou um parceiro.

Ao menos pude ler um bom número de opiniões sobre o assunto, para que pudesse amadurecer então a minha própria. Muito se especulou por que a BMW deixaria a categoria – ou melhor, por que justamente ela, antes de Renault e Toyota, historicamente insatisfeitas com a categoria.

Culpou-se, a princípio, os maus resultados que a equipe coleciona na presente temporada, mas talvez tal resposta esteja apenas meio certa. Alinho-me com a opinião do Ico, quando ele escreve
sobre a assinatura do Pacto:

Certamente, foi esse o ponto que levou à BMW a tomar a decisão de fechar as portas no final do ano. Assumir um compromisso de mais três temporadas com a Fórmula 1 pareceu pesado demais para seus diretores. A saída não tem nada a ver com os resultados decepcionantes desse ano, a plataforma de marketing da categoria é mais poderosa que os resultados, vide o caso da Toyota. O problema mesmo é financeiro.

O Acordo prevê a permanência dos seus signatários no grid por ao menos mais três anos. A recusa da BMW em assiná-lo é um lembrete a nós de que o mundo corporativo atual não pensa a longo prazo. Lá se vão décadas desde que Stálin fazia o mundo capitalista tremer com o anúncio de seus planos quinquenais. Em Wall Street, quem faz dinheiro são os day-traders. É irônico pensar que o mesmo comportamento que quebrou a economia mundial é considerado também o mais “seguro” para quem quer sobreviver à crise decorrente.

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