Já que o GP da Bélgica se aproxima, este é um bom momento para postar uma foto rara de Spa-Francorchamps, que conta uma história incrível.
Em primeiro plano vemos Jo Siffert em sua primeira corrida, na breve passagem da Scuderia Filipinetti (uma das mais importantes nas corridas de sport-protótipos dos anos 60) pela Fórmula 1. Trata-se do GP da Bélgica de 1962.
Atrás dele, chamas consomem um carro capotado. Enquanto a corrida segue, um carro de serviço, bombeiros e curiosos se amontoam na borda da pista.
Quem pilotava o monoposto, a saber, uma Ferrari, àquela hora já completamente destruída, era o belga Willy Mairesse. Acredite, ele sobreviveu. Saiu consciente do carro, com escoriações e queimaduras leves. Alguns meses mais tarde, seria quarto colocado no GP da Itália.
Mairesse tem uma história singular, singularíssima, entre seus colegas de profissão. Disputou 14 GPs na Fórmula 1 entre 1960 e 64 e venceu uma ou outra prova de protótipos ao longo da mesma década. Mas construiu sua fama com os acidentes que protagonizou. Saiu com vida de todos eles.
No GP da Alemanha de 63, uma saída de pista da Flugplatz matou um comissário e quebrou seu braço.
No mesmo ano, em Le Mans, havia saído com queimaduras de seu carro, que liderava antes de pegar fogo pouco após um reabastecimento infeliz.
Cinco anos depois, na mesma pista, o Ford GT40 em que estava bateu contra um muro e o deixou em coma por duas semanas. Nunca mais Mairesse se recuperou totalmente. Em 2 de setembro de 1969, pôs fim à sua própria vida num quarto de hotel de Ostend. Diz-se que optou pelo suicídio porque sabia que jamais iria voltar a pilotar.
Crédito da foto: Rainer Schlegelmilch
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
0 comments:
Post a Comment