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Saturday, February 28, 2009

Timmy Mayer


Caso o antigo chefe da equipe McLaren Teddy Mayer não tivesse falecido no início do ano, estaria hoje relembrando a morte de seu irmão mais novo, Timmy. Ele tinha 26 anos à época, e pilotava um Cooper propriedade de seu amigo e companheiro Bruce. Ou seja, também um McLaren.

Era um treino para a última etapa da
Tasman Series de 1964, na rápida e perigosa Longford, quando Timmy bateu contra algumas árvores e teve morte imediata. O carro foi tão danificado que jamais se soube exatamente a causa da saída de pista.

Foi um grande baque para Bruce, líder do campeonato, que decidiu não participar das preliminares que definiriam o grid. Largou em último, fez a melhor volta da prova, era terceiro na última volta quando o líder e seu mais próximo adversário na tabela, Jack Brabham, abandonou. Herdou a segunda posição e sagrou-se campeão da primeira Tasman Series.

Mayer tinha apenas 5 anos de carreira no automobilismo, já que em seu país natal, os EUA, só aos 21 anos era possível tirar licença para competir. Formou-se em literatura americana em Yale. Em 1960 ingressou na Fórmula Júnior e ganhou campeonatos nacionais nos dos anos seguintes, apesar de ter cumprido o serviço militar simultaneamente, inclusive em bases como Porto Rico. No ano anterior à sua morte, após ter obtido sua dispensa, se mudou para o Reino Unido para competir pela equipe de Ken Tyrrell.

Para o campeonato de dois meses no hemisfério Sul se juntou a Bruce McLaren e, competindo contra Jack Brabham, Graham Hill e alguns nativos ainda desconhecidos como Denny Hulme, obteve quatro pódios, dois segundos lugares.

A famosa frase de McLaren, “fazer algo bem vale tanto a pena que morrer tentando fazer ainda melhor não pode ser loucura. A vida é medida por realizações não por anos”, que tragicamente também lhe coube de epitáfio, é parte de um artigo que ele escreveu para homenagear o colega.

Thursday, October 2, 2008

As pontes de Longford

Um pouco mais do mesmo, mas os leitores hão de perdoar.

Long Bridge, outra vez, agora em 1968, última etapa da Tasman Series disputadas no local. Graham Hill lidera um pelotão de indecifráveis competidores. Mas não se engane: o grande vencedor dessa corrida encharcada - que terminou na décima quinta volta de 27 - foi Piers Courage, aquele mesmo protegido de Frak Williams que morreu em um De Tomaso, na Holanda, em 1970.

Por ser a última etapa da temporada, Clark fez pontos o suficiente para tornar-se tricampeão (de um campeonato que foi criado em 1964). O último título de sua vida.

Tuesday, September 30, 2008

Uma ponte no caminho


Chamou muito a atenção da opinião pública as pontes existentes no traçado nos dois novos circuitos da temporada, Valência e Cingapura. Ok, é algo que não se via há muito tempo no automobilismo. Mas também não é algo inédito.

A prova está aí em cima. Não, não era uma corrida de Fórmula 1, mas de um campeonato “paralelo”, a Tasman Series, que ocorria na Nova Zelândia e Austrália entre fevereiro e março, e que nos anos 60 atraía alguns nomes famosos.

Por exemplo: Jim Clark, Graham Hill (ambos na foto, em 1966), Jackie Stewart, Jack Brabham, Denny Hulme. Note que só foram citados campeões mundiais. Poderíamos continuar pelas pratas da casa: Chris Amon, Bruce McLaren. Querem mais? Piers Courage, Frank Gardner, Richard Attwood, Pedro Rodriguez, todos pilotos de alto nível e presença constante na Fórmula 1.

Uma das etapas mais famosas da Tasman Series era a de Longford – a única a ocorrer, de fato, na Tasmânia. Circuito de estradas rápido e perigoso, com 4,5 milhas de extensão, apelidado de Reims do Pacífico Sul, Longford possuía duas pontes em seu traçado: Kings Bridge e Long Bridge (foto). Não apenas isso, curvas lendárias como o Viaduct, e até uma linha férrea que atravessava o traçado – uma das primeiras corridas, de moto, em meados dos anos 50, teve de ser interrompida para a passagem de um trem.

Um pouco mais sobre Longford
Quando Chris Amon registrou com sua Ferrari uma volta de média horária de 196,62 km/h, nos treinos para a corrida de 1968, ele não esperava que esta marca durasse como recorde da pista mais do que algumas horas. Uma chuva torrencial lavou o asfalto, porém, e a volta de Amon permaneceu a mais rápida já percorrida na Austrália até Albert Park entrar no calendário da Fórmula 1, em 1996.

Longford se transformou na pista mais rápida de seu país nos anos 60, e perdurou como tal muito depois de sua desativação, naquele mesmo 1968, pela falência dos organizadores.

Hoje abandonada, tanto a Kings Brige quanto a Long Bridge ruíram e não existem mais, a não ser na memória de uns poucos. Um deles é Doug Nye. O jornalista britânico, em sua coluna fixa na revista inglesa Motor Sport deste setembro, estampou Jim Clark rasgando uma das pontes do circuito.

A foto era uma provocação às declarações recentes que Jackie Stewart deu sobre segurança nos circuitos. Nye queria lembrar o escocês que foi ali, em 1966, antes de se tornar campeão de Fórmula 1, que ele se consagrou um grande piloto, numa batalha épica com seu conterrâneo Clark, que não teria sido tão épica se não houvesse pontes no caminho, ondulações e a ausência de áreas de escape.

Clark, por sinal, recebeu a última bandeira quadriculada da sua vida em Longford, na quinta posição, no dia quatro de março do ano em que morreria. Sim, aquele molhado 1968.