Thursday, June 18, 2009
Uma volta em Silverstone com Jenson Button
Do início até meados dos anos 2000, a Inglaterra não tinha exatamente um piloto de ponta para torcer – restava o simpático Jenson Button. Talvez por isso tenha parecido exagero que sucessivas capas da F1 Racing, na época, tenham trazido impressas a imagem do piloto. Eu mesmo tenho duas: de maio de 2002 e de julho de 2005.
Na primeira, Jenson era uma jovem (muito jovem) promessa que havia acabado de encerrar um ano catastrófico e voltara a florescer recentemente. O subtítulo da matéria quase chega a ser profético: “Eu quero ser campeão e sei que posso”.
Na segunda o momento histórico se inverteu: de sensação da temporada anterior, o inglês amargava o meio do pelotão. No entanto, com a proximidade do GP da Grã-Bretanha, a revista fez de Button o ‘editor convidado’ do número. E assim a edição foi às bancas com páginas e páginas dedicadas ao piloto: um apanhado biográfico, entrevistas com seu pai, seu engenheiro e seu mecânico-chefe na BAR, diários das corridas anteriores e até um encontro entre ele e Frank Lampard.
Uma das matérias, justamente, é a descrição de uma volta em Silverstone feita por Jenson, curva por curva. Aproveitando o fato de ele ser o atual líder do campeonato, traduzo abaixo alguns trechos.
Copse
Pela pequena reta dos boxes você vai pensando na curva cega da Copse, onde você sempre pensa que podia ter ido um pouco mais rápido. Você não pisa no freio até 60 ou 70 metros antes da curva, e então apenas joga o carro dentro, quase do apex. Ela é feita em 155-160 milhas por hora. Mas tudo acontece muito rápido.
Becketts
Entrada: Na aproximação da perna à esquerda, você está com o pé cravado e em sétima. Então você tira toda a aceleração ao virar à direita. Senão, o carro sai muito para a esquerda e você precisa estar à direita, pois a próxima perna é à esquerda.
Meio: Você acelera pela longa perna à esquerda e usa tanto a curva quanto você pode. A Becketts é uma das poucas curvas na Fórmula 1 onde eu penso “Jizuis, tô indo rápido” (“Jeez, I’m going quick”, no original, Button colocando pra fora todo seu cockney) Deve ser a proximidade da barreira de pneus ou a mudança de direção mas, de fato, você está indo cada vez mais devagar.
Saída: Você está em quarta na última à direita. Sai sempre um pouco de frente. Você vira o mínimo possível o volante pra preservar a velocidade, porque na saída está a longa reta Hangar.
Abbey
(à esquerda): Frear aqui é crucial pois é possível ganhar tempo se você o fizer no último instante – mas é também muito difícil, já que não dá pra ver o apex.
(à direita): o carro pode sair bastante de frente na primeira parte – e então vem uma rápida à direita. A traseira descola um pouquinho ao longo do segundo apex. A saída é feita em terceira marcha.
Luffield
Você precisa de uma boa tração pra ganhar tempo antes da Luffield – provavelmente a curva mais chata da Fórmula 1. É muito lenta. Você sai de frente o tempo todo, e não dá aceleração para que o carro fique estável.
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Jenson Button,
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