Sunday, June 21, 2009

GP da Grã-Bretanha 2009 - A imagem de Silverstone


Muita gente vai falar - ou já falou - sobre os resultados desta corrida que deve ser lembrada no futuro muito mais pelo que ocorreu fora da pista do que dentro dela. Mas há algo de notável sobre o qual poucas linhas serão escritas: a linguagem visual da transmissão da prova. O presente texto busca trazer este assunto à luz.


Até poucos dias atrás dava-se como certeza que veríamos a última exibição do automobilismo mundial em Silverstone, ao menos por um bom tempo. As recentes conturbações extra-pista já não permitem mais esta afirmação. O fato é que, caso tenha sido a última, a Silverstone que se deixou ver ao mundo hoje deixará uma imagem bastante positiva.


Imagens. Pôde-se notar, durante a transmissão, sequências bastante raras, atualmente, na categoria. Uma câmera postada em frente à Copse raramente acompanhava os carros durante todo o percurso, deixava-os virar à direita e desaparecer subitamente do quadro, deixando a impressão exata de como a curva em questão é rápida.


Em outros pontos do circuito, como o complexo da Becketts, a Stowe, a Club e a Abbey, algumas câmeras foram colocadas bastante próximas à pista, diminuindo a necessidade de uma lente teleobjetiva, inescapável na transmissão de uma corrida que achata a profundidade. Dessa forma, filmava-se os carros mais próximos das reais distâncias que mantinham entre si.


Nota-se também alguns planos mais longos que o normal, com cortes mais espaçados, algo incomum na tv atual, de imagens frenéticas se sucedendo sem dar ao espectador a chance de contemplação. Hoje em dia é raro ver um carro da Fórmula 1 sendo filmado 'por trás', se distanciando da câmera, como foi possível assistir no GP da Grã-Bretanha.


Os planos mais diferenciados, contudo, foram mais frequentes nas primeiras voltas da corrida. à medida que o tempo passava, a transmissão optou por cortes e planos mais "tradicionais".


É notória a capacidade de Silverstone de, quando não chove, produzir corridas chatas. Menos óbvia é sua capacidade de produzir boas imagens. Mas talvez justamente por isso (mais do que por sua autoproclamada tradição, se é que um traçado de doze anos de idade pode tê-la) sentiremos falta dessa pista perdida no countryside inglês.

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