Quando a Fórmula 1 chegou à China, subitamente os carros e capacetes se encheram de ideogramas. Lembro-me agora, especificamente, do aerofólio da Williams (foto) e das laterais da Renault. Talvez o exemplo mais extremo tenha sido a BAR, que abdicava da marca Lucky Strike, da própria British American Tobacco, em favor das cores e da marca de uma empresa de telefonia que tinha mais penetração no mercado chinês.
Em suma, era visível que a categoria, em suas primeiras visitas, estava se dirigindo aos chineses, dizendo "olha, aqui estamos nós, correndo para vocês e vendendo estes produtos para vocês".
Nesta semana ocorre o GP da China de 2010 e, até agora, não encontrei nenhum ideograma visível nos carros. Mesmo aqueles painéis enormes que antes ostentavam a intrincada caligrafia chinesa agora trazem os logotipos da Bridgestone e outros que se vê em qualquer lugar do mundo.
Se nos primeiros anos de corrida a Fórmula 1 chegava para falar aos chineses, hoje, a julgar pelo outdoor colossal do início da reta oposta ("MADE with CHINA"), é a China que está tentando vender suas bugigangas ao Ocidente.
Tardiamente, anunciantes e equipes descobriram que a Fórmula 1 não está na China para entupir o maior mercado consumidor do mundo com mercadorias, mas sim porque Bernie Ecclestone consegue arrancar US$ 50 milhões dos chineses por prova realizada. Os carros estão na Ásia, mas os espectadores continuam sentados em seus sofás na Europa (talvez na América do Norte - sinto muito, sul-americanos, a gente não entra nessa conta).
Hermann Tilke desenhou a pista da Xangai inspirado num ideograma, o qual os chineses não estão muito interessados em ler.
Friday, April 16, 2010
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