Saturday, November 20, 2010
O vermelho e o negro
E o ano da Ferrari terminou numa parada nos boxes.
Quer dizer, terminou algumas dúzias de voltas depois, mas os planos da Scuderia caíram por terra, já que não era possível dizer, via rádio: "Vitaly, Alonso is faster than you. Can you confirm you understood this message?"
Mas, afora o teatrinho do espanhol depois da corrida, reclamando de Petrov e se recusando a cumprimentar o novo vencedor, convenhamos, não foi lá que os italianos perderam o campeonato. Afora a surpreendente reação do time, do final da temporada europeia para a frente, os grandes erros foram cometidos antes, bem antes. Pelo próprio Alonso.
Largada queimada na China, um toque desnecessário na largada em Melbourne... Os erros do espanhol no início de temporada obrigaram-no a fazer corridas de recuperação de encher os olhos, mas que, na prática, lhe roubaram pontos preciosos. Um paradoxo, portanto: provar ser um bom piloto e conquistar um campeonato podem ser fenômenos excludentes.
Mas ninguém vai se lembrar da Ferrari, este ano, por causa de ultrapassagens e brigas por posição, muito pelo contrario: Maranello sai de 2010 com uma imagem que não poderia estar mais enfraquecida.
A Ferrari, agora temos em mente, é aquela equipe que passa por cima do esporte em nome da vitória. Que está interessada nos troféus e não no que eles significam. De 2002 para cá, mudaram os pilotos, os dirigentes, o regulamento. Da Ferrari que mandou Barrichello ceder a vitória para Schumacher, só restou a cor vermelha - e também, agora sabemos, a ideologia.
O ano de 2010 custou muito mais à Scuderia do que um simples campeonato.
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