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Friday, March 20, 2009

Um GP da Austrália com luz artificial


Nos últimos anos Bernie Ecclestone tentou, sem sucesso completo, transformar o GP da Austrália em um evento noturno. Este ano, a largada será ao fim da tarde, mas os organizadores foram irredutíveis em fazer uma corrida sob luz artificial. De fato, da última vez que houve um GP da Austrália sob luz artificial, ninguém ficou muito satisfeito.

Mas como assim, um GP da Austrália sob luz artificial?? Sim, pois é. Não na Fórmula 1, é claro, mas na antiga Indy, o GP em Surfers Paradise terminou com a iluminação pública ligada (e mesmo assim no breu). O ano era 1994.

A largada havia sido atrasada por causa da areia que invadiu a reta paralela à praia no circuito de rua, quando a chuva começou a cair. Como resultado, a prova só teve seu início 2h30 após o horário previsto. A pista ainda estava molhada e pelo menos dois acidentes isolados ocorreram na primeira volta – um deles antes até de os carros cruzarem a linha de início -, não impedindo Michael Andretti de superar Mansell na largada.

Quando a bandeira verde volta o asfalto já está seco o necessário para que os carros rodem com slicks. Após os pits, Andretti continua implacável na liderança. Apenas 15 voltas depois uma garoa atingiria o circuito fazendo o piloto a Ganassi escapar – por sorte, uma barreira de pneus amorteceu o impacto e não causou maiores danos.

Atrás dele, Fittipaldi, como sempre em Queensland, mantinha um bom ritmo, enquanto Mansell e Robby Gordon repetiam, nas mesmas curvas e com os mesmos atos, a disputa do ano anterior: o americano ultrapassa o inglês que, cinco voltas depois, se recupera e dá o troco. Ao contrário de 1993, no entanto, a corrida não acaba bem para ambos. Mansell roda durante a garoa e perde mais de uma volta enquanto espera a ajuda dos comissários, perdendo assim todas as suas chances. Gordon abrevia sua corrida ao entrar rápido demais em uma chicane e vai de encontro ao muro.

O terceiro colocado, então, era Mario Andretti. Havia acabado de anunciar sua retirada das pistas ao fim do ano, alinhara na décima fila e ninguém viu direito como tinha chegado na frente.

Na verdade, a visão de todo mundo se embaçou ao fim da segunda rodada de pit stops. A tarde caía, as luzes da cidade acenderam, a pista escureceu e o locutor da ABC garantia que a imagem que se via nas câmeras era muito mais clara do que se podia notar a olho nu.

Fittipaldi diminuía a diferença para Michael Andretti. Cabe ressaltar que Andretti acabava de chegar, desmoralizado, da sua desastrosa passagem pela Fórmula 1, querendo a todo custo recuperar sua reputação. A Ganassi, sua equipe, jamais havia ganhado uma corrida. A Reynard, seu chassi, estreava na categoria – e jamais havia perdido uma corrida de estréia.

Chip Ganassi gritava aos comissários para que a corrida terminasse. A escuridão avançava e, ao fim, foi decidido que a corrida seria reduzida em dez voltas. As quatro voltas seguintes foram indescritíveis. As posições se mantiveram. Andretti estava vingado.

Ao ser entrevistado após deixar sua Penske, Fittipaldi sorria como uma criança. Declarou à tv americana que o circuito não estava perigoso, mas que as últimas três voltas foram muito escuras. Mario Andretti foi mais enfático: “Cada vez que eu faço isso, ganho dez anos de vida”.

Experientes sim, mas seria injusto dizer que o tempo deles já havia passado.

Thursday, July 17, 2008

Alessandro Zanardi Facts


Tremei, Chuck Norris! Foram finalmente encontradas evidências de feitos mais impressionantes que seus ‘roundhouse kicks’!

O nome dele é Alessandro Zanardi, o que dispensa apresentações. Quando sofreu o acidente mais grave de sua carreira, em 2001, teve mais de uma dezena de paradas cardíacas (!!) antes e chegar ao hospital. Mesmo com as pernas decepadas, continuou correndo, no WTCC, onde compete até hoje.

A lista abaixo contém os pontos altos da carreira de Zanardi em 1997, ano em que se sagrou campeão da Cart pela primeira vez. As informações foram retiradas do anuário Auto Motor Esporte.

- Dirigiu metade da corrida no oval de Homestead sem os retrovisores, que caíram de seu carro.

- Após uma batida com Paul Tracy na disputa pela liderança em Surfers Paradise, caiu para a décima sexta colocação. Recuperou 12 posições em 16 voltas, num circuito de rua, terminando em quarto.

- Na 16a volta da prova em Long Beach, com a prova em bandeira amarela, Chip Ganassi, seu chefe de equipe, mandou-o parar nos boxes. “Amarelo estou ficando eu, não vou parar”, Zanardi teria dito. Seu companheiro, Jimmy Vasser, fez o pit stop e estragou sua corrida. O italiano desobedeceu o chefe e venceu.

- No Rio de Janeiro, não marcou tempo na classificação. Partindo de 28o e último, terminou em quarto lugar.

- Em Cleveland, Zanardi foi punido com stop and go duas vezes (uma por fazer uma parada com os pits fechados, e outra por ultrapassar na saída do pit lane). Caiu para 22o lugar. A partir daí, marcou 14 vezes a melhor volta da corrida, todas mais velozes do que a mais rápida de qualquer outro piloto. Resultado: 21 ultrapasagens a última a seis voltas do fim, e a vitória.

- Inventou pontos de ultrapassagem em Toronto, ao passar de oitavo para segundo em 19 votas no pequeno e travado circuito de rua.

- Venceu a US 500, seu primeiro triunfo em circuito oval, com mais de meio minuto de vantagem para o segundo colocado.


- A vitória em Elkhart Lake poderia ter sido um cômodo terceiro lugar, caso Zanardi quisesse apenas acumular pontos para o campeonato. “É mais bonito vencer”, disse depois da conquista.
Foto: Zanardi em Elkhart Lake, na chuva.... com pneus slicks!