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Friday, October 2, 2009

Por que não me ufano

Poderia citar razões perfeitamente objetiva. Poderia falar que o Pan Americano de 2007 custou R$3,5 bi aos cofres públicos enquanto o previsto era que se gastasse R$ 400 mi. Poderia falar que o orçamento público previsto para a Copa e as Olimpíadas é maior do que o investimento do Brasil em educação nos último dez (sim, dez) anos.

Apenas digo: Jacarepaguá sumirá do mapa e não deixará rastros.

Foto: Ayrton Senna no Rio, em 88.

Tuesday, December 2, 2008

Será que eu entendi direito?

Na Folha de S. Paulo, hoje.

Já o COB [Comitê Olímpico Brasileiro], em comunicado oficial, afirmou que o Maria Lenk irá integrar o futuro Centro Olímpico de Treinamento, complexo esportivo que será construído em Jacarepaguá a partir do segundo semestre de 2009, ainda que o Rio não seja escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Hã?

Saturday, November 8, 2008

1981 – GP do Brasil


29/03, Jacarepaguá. Segunda etapa.

Do “L’Année Automobile 1981/1982”
Texto original: Eric Bhat

Disputado no autódromo de Jacarepaguá, no Rio, relegado ao ostracismo há três anos em favor de Interlagos, o GP do Brasil foi o palco de um novo triunfo da Williams, que assinalou sua quarta dobradinha consecutiva: uma série sem precedentes na história da Fórmula 1.

Carlos Reutemann completou a corrida na liderança, de ponta a ponta, em uma pista constantemente molhada. O argentino não cometeu o erro que lhe custara a vitória em Long Beach, duas semanas antes, jamais deixando Jones, que o seguia como sua sombra, partir para um ataque decisivo.

Ocorre que o piloto australiano, que teoricamente possui por contrato o direito de receber a liderança de seu companheiro de equipe, aguardava pacientemente o momento da troca de posições, evitando assim um combate potencialmente fatal para ambos os carros. A poucas voltas do fim, Frank Williams, por meio de placas, envia a Reutemann a ordem de ceder passagem a Jones. Carlos ignora... Por este fato, o campeão mundial de 1980 adquiriu um certo rancor que fez questão de manifestar após a corrida.

A dobradinha das Williams provocou uma certa surpresa, já que a vitória parecia prometida à Brabham de Nelson Piquet. Equipada com um sistema de suspensão óleo-pneumática que possibilitava a exploração do efeito-solo, o monoposto inglês foi de longe o mais rápido nos treinos. Os caprichos dos céus trataram de contrariar a lógica dos acontecimentos: acreditando que o tempo abrira em breve, Piquet cometeu o erro de partir na largada com pneus slick. Infelizmente para ele, a pista não secou em momento algum, fazendo-o afundar na classificação.

A chuva foi, por outro lado, a aliada do suíço Marc Surer, alinhado na nona fila do grid, que levou sua modesta Ensign ao quarto lugar, logo atrás de Patrese, que confirmou o progresso da Arrows A3.

Vencedor: Reutemann, Williams. 62 voltas (de 5,031km, num total de 311,922km) em 2h00min23s66, com média de 155,450km/h.

Melhor volta: Surer, Ensign (1min54s30).

Pole: Piquet, Brabham (1min35s07).

Tempo: Chuva, pista molhada.

Público: 25 mil espectadores.

Friday, October 31, 2008

GP do Brasil 2008 – Sexta-feira, cemitérios indígenas e outras teorias


Certamente já assisti a mais de dez treinos da Fórmula 1 em Interlagos, estes de hoje foram até que triviais demais. Mas cada vez que volto de lá reforço a convicção de que, muito antes de ser um autódromo, Interlagos foi um cemitério indígena. Ou um campo de pouso para naves extraterrestres.

Alguns indícios levam a crer que Interlagos possui uma lógica própria. Exemplo: choveu o dia inteiro. Repito, choveu o dia inteiro, desde as seis da manhã até as quatro da tarde, não havendo mais de meia hora sem finíssimos pingos caindo sobre o circuito. Isso sem falar no frio e no vento que fariam inveja a qualquer aeroporto militar de Northamptonshire (Silverstone inclusive). Por isso mesmo, não passei filtro solar. Estou ligeiramente rosa.

Os testemunhas de Jeová atacaram novamente. Desta vez, estão vendendo iogurte. Conheço muita gente que vai ao autódromo, mas ninguém que vai para beber iogurte... A marca do produto suscitou boas cantadas para as vendedoras: “Nossa, que vigor!”

De qualquer forma, toda iniciativa em prol das vísceras da torcida é bem-vinda, já que mesmo na sexta-feira de manhã os banheiros químicos já estavam fedorentos (há um banheiro de verdade na arquibancada A, vale dizer, mas que ‘serve’ apenas para o número um).

Parênteses: pelas palavras de um amigo meu, “quando a Fórmula 1 voltou para Interlagos, ficamos espantados porque havia banheiros. No Rio de Janeiro, tínhamos de urinar (óbvio que ninguém fala ‘urinar’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) em sacos de lixo ou de pão de forma, já que era impossível descer das arquibancadas e voltar para o mesmo lugar”. Onde estes sacos iam parar depois de cheios? Via de regra, na cabeça de algum(a) sujeito(a) sentado nos lugares mais baixos.

Por falar em arquibancada A (e para ser um pouco bairrista), era a única do circuito que estava mais ou menos cheia. Até mesmo o setor G estava vazio. Desnecessário dizer que as tribunas corporativas estavam às moscas.

Entre os torcedores, o assunto do momento foi a pintura do carro de Coulthard – que, ao vivo, é mais acinzentada. No primeiro treino, alguns amigos comentaram: “Muito interessante”.

No segundo treino, um deles se corrigiu: “É feia pra caramba (ninguém fala ‘caramba’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) essa pintura do Coulthard!” E arrematou: “Parece um ônibus clandestino...”

E não é que parece mesmo?