O GP da França de 1969 havia passado há pouco de sua metade. Era a 22a volta de 40 totais pelos 8.055 metros do Circuit de Charade (vulgo Circuit Louis Rosier, vulgo Circuit Clermont-Ferrand) quando o então quarto colocado, Jochen Rindt, abandona a prova. Não foi o carro que apresentou problemas, mas o piloto. Rindt teria alegado visão dupla e enjôo.
O austríaco não fora o único a passar mal, a começar por Bruce McLaren, que herdou a quarta posição e conseguiu segurar seu estômago até a bandeirada. Numa época em que o capacete integral começava a se disseminar, muitos pilotos voltaram atrás e optaram por correr em Clermont-Ferrand com os cascos abertos na frente: just in case...
Era a segunda vez que a Fórmula 1 visitava a pista, próxima a Puy de Dôme e Clermont-Ferrand, mas a primeira que registrou esta nojenta e um tanto incomum ocorrência. Há uma razão para isso: o primeiro GP por lá ocorreu em 1965, no mesmo traçado, sinuosíssimo, que comportava 51 curvas dos mais diversos tipos e apenas umas poucas centenas de metros em linha reta. Por ser um circuito de montanha – o único da França -, além das curvas, também havia variações enormes de altura e ondulações nos 8km da volta. Ninguém passou mal.
Quatro anos depois, porém, os carros chegaram ao circuito com uma inovação chamada aerofólio, desenvolvida no ano anterior. A aderência do carro ao chão deixara de ser um fenômeno mecânico para se tornar um fenômeno aerodinâmico, o que aumentou e muito a velocidade nas curvas. Fatal para as vísceras mais sensíveis...
Para se ter uma ideia, em 1965, a pole position foi marcada por Jim Clark em 3m18s3. Para largar em primeiro, Stewart virou 3m00s6 quatro anos mais tarde.
Rindt não usou capacete integral, tampouco o usaria no ano seguinte, 1970, quando o GP da França teria sido disputado em Albi mas, como os organizadores não conseguiram construir/reformar um circuito a tempo, lá estavam os carros alinhados em Charade novamente. A teimosia do austríaco provou-se um tanto custosa, já que uma pedra o atingiu na cabeça durante os treinos. Sim, as pedras, as mesmas que acabariam com a carreira de seu compatriota Hemult Marko dois anos mais tarde.
Talvez pelo susto, Rindt classificou-se apenas em sexto. O pole era Jacky Ickx, que largou sabendo que provavelmente abandonaria: seu motor apresentou problemas no warm up, e trocar um motor não era algo corriqueiro em 1970. Mais alguns abandonos e pneus furados (sim, as pedras), somados ao talento de Jochen Rindt resultaram na vitória do piloto.
Ele parece ter aprendido a lição, já que, dois Grandes Prêmios depois, na Alemanha, estrearia um capacete integral. Mais dois Grandes Prêmios e o artefato não evitaria sua morte, ao colidir em Monza, durante os treinos. A viseira de Marko também não bloquearia a pedra que vazaria seu olho. Nos anos 70, a Fórmula 1 começava a adotar medidas efetivas de segurança que, se não dessem certo por bem, teriam de dar certo por mal. E foi por isso que Charade saiu do calendário, porque estava aquém do padrão de qualidade.
Ou melhor, a Fórmula 1 estava aquém de Charade.
O austríaco não fora o único a passar mal, a começar por Bruce McLaren, que herdou a quarta posição e conseguiu segurar seu estômago até a bandeirada. Numa época em que o capacete integral começava a se disseminar, muitos pilotos voltaram atrás e optaram por correr em Clermont-Ferrand com os cascos abertos na frente: just in case...
Era a segunda vez que a Fórmula 1 visitava a pista, próxima a Puy de Dôme e Clermont-Ferrand, mas a primeira que registrou esta nojenta e um tanto incomum ocorrência. Há uma razão para isso: o primeiro GP por lá ocorreu em 1965, no mesmo traçado, sinuosíssimo, que comportava 51 curvas dos mais diversos tipos e apenas umas poucas centenas de metros em linha reta. Por ser um circuito de montanha – o único da França -, além das curvas, também havia variações enormes de altura e ondulações nos 8km da volta. Ninguém passou mal.
Quatro anos depois, porém, os carros chegaram ao circuito com uma inovação chamada aerofólio, desenvolvida no ano anterior. A aderência do carro ao chão deixara de ser um fenômeno mecânico para se tornar um fenômeno aerodinâmico, o que aumentou e muito a velocidade nas curvas. Fatal para as vísceras mais sensíveis...
Para se ter uma ideia, em 1965, a pole position foi marcada por Jim Clark em 3m18s3. Para largar em primeiro, Stewart virou 3m00s6 quatro anos mais tarde.
Rindt não usou capacete integral, tampouco o usaria no ano seguinte, 1970, quando o GP da França teria sido disputado em Albi mas, como os organizadores não conseguiram construir/reformar um circuito a tempo, lá estavam os carros alinhados em Charade novamente. A teimosia do austríaco provou-se um tanto custosa, já que uma pedra o atingiu na cabeça durante os treinos. Sim, as pedras, as mesmas que acabariam com a carreira de seu compatriota Hemult Marko dois anos mais tarde.
Talvez pelo susto, Rindt classificou-se apenas em sexto. O pole era Jacky Ickx, que largou sabendo que provavelmente abandonaria: seu motor apresentou problemas no warm up, e trocar um motor não era algo corriqueiro em 1970. Mais alguns abandonos e pneus furados (sim, as pedras), somados ao talento de Jochen Rindt resultaram na vitória do piloto.
Ele parece ter aprendido a lição, já que, dois Grandes Prêmios depois, na Alemanha, estrearia um capacete integral. Mais dois Grandes Prêmios e o artefato não evitaria sua morte, ao colidir em Monza, durante os treinos. A viseira de Marko também não bloquearia a pedra que vazaria seu olho. Nos anos 70, a Fórmula 1 começava a adotar medidas efetivas de segurança que, se não dessem certo por bem, teriam de dar certo por mal. E foi por isso que Charade saiu do calendário, porque estava aquém do padrão de qualidade.
Ou melhor, a Fórmula 1 estava aquém de Charade.
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