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São quatro fotografias. Reproduzo a número I acima, mas os leitores interessados podem ver todas elas neste link. Não é preciso falar alemão para deduzir que o tema são os pit stops.
Para quem viu as quatro imagens, não fica difícil perceber que são todas montagens: em todas há duas trocas de pneu e reabastecimento sendo realizados. Pela presença e cor das equipes, é possível notar que foram clicadas em 2006.
Como já havia dito no post anterior, Gursky trabalha com repetições e padrões. Repetidas, os momentos de maior tensão numa corrida se tornam banais. É importante ressaltar que as imagens originais estão sempre em grande formato, conferindo maior importância aos espectadores que aparecem refletidos no vidro da parte superior. Há, inclusive, uma contraposição interessante: podemos ver seus rostos, enquanto os capacetes dos mecânicos e dos pilotos (estes quase imperceptíveis, atrás da equipe do pit) cobrem seus rostos, o que impossibilita ao espectador ver neles uma figura humana.
Também me chama a atenção os espectadores tirando fotos: muitos deles de câmera na mão. Faz lembrar Susan Sontag, ao afirmar que, no mundo moderno, os eventos só ocorrem para que sejam convertidos em imagens.
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