A chamada está numa matéria da revista inglesa F1 Racing de 2002, reproduzida no Brasil pela Racing (edição número 101): "Nick Heidfeld - O piloto alemão pode vir a ser o substituto natural de Michael Schumacher na categoria".
A ideia, obviamente, era que, quando Schumacher se retirasse, Heidfeld assumisse seu posto como o-alemão-lutando-por-campeonatos-num-carro-competitivo. Ironicamente, a previsão da F1 Racing de oito anos atrás se realizou: como farsa. Como terceiro piloto da Mercedes, Nick pega o volante caso o heptacampeão estiver impossibilitado de pilotar, ou resolver abreviar o seu retorno às pistas.
O repórter e vidente Tom Clarkson, autor da matéria e da previsão, demonstra claramente que precisa jogar fora sua bola de cristal: "A carreira de Nick com quase toda a certeza durará mais que aquela de qualquer outro piloto alemão. Assim, quando chegar o dia em que ele for o único piloto alemão na F1, ocupará o lugar de Schumacher como a maior esperança de sua pátria".
De volta a 2010. Schumacher retorna de sua aposentadoria e continua sendo o alemão mais longevo na Fórmula 1. No próximo fim de semana, serão seis os alemães no grid de largada do GP da Alemanha. Nenhum deles chamado Nick Heidfeld.
A carreira de 'Quick Nick' é daquelas que motivarão estudos de caso por anos a fio. Um piloto que tinha tudo para ser campeão e sequer conquistou uma vitória. Foi companheiro de equipe de quatro pilotos que já estiveram na liderança do campeonato alguma vez (Raikkonen, Massa, Kubica, Webber), e se mostrou à altura todos - muito embora os três primeiros fossem todos, na época, apenas estreantes. Kubica foi superado em duas das três temporadas completas que disputaram na BMW Sauber, mas o polonês se manteve na categoria, e ele não.
Também pela F1 Racing, mais recentemente, em fevereiro de 2009, foi publicada uma entrevista sua. O repórter lembra o teste que ele fez em Barcelona duas semanas depois do fim da temporada, em Barcelona, diante das arquibancadas vazias, e pergunta de onde vem sua motivação. Eis a sua resposta:
"Não ligo se as pessoas estão vendo ou não; é legal se eles estão, mas não é a razão de eu fazer isso. Mesmo após duas semanas, eu já sentia que não sentava no carro há um bom tempo. Minha principal motivação é a mesma de quando comecei, criança: eu faço porque eu gosto. É divertido. E além disso porque eu tenho meu objetivo, vencer. Mesmo em 2004, pela Jordan, eu gostava porque eu tinha a possibilidade de provar o meu valor. Eu sabia que, se eu desse tudo de mim, então talvez alguém veria e me daria uma chance. Mas eu nunca tive um problema em arranjar motivação para pilotar".
Resta saber se, caso surja um cockpit na Mercedes antes do previsto, Heidfeld ainda terá a motivação necessária para provar o seu valor. Será que ele consegue?
Tuesday, July 20, 2010
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