Fora reacender a polêmica sobre ordens de equipe, o GP da Alemanha, por incrível que pareça, suscitou outros tópicos para discussão. Como o F1 Fanatic apontou e o GP Séries abordou também, domingo passado a Williams amargou a triste marca de ter disputado seu centésimo GP seguido sem vencer.
Outrora um dos nomes mais temidos do grid, a derrocada do time ao longo da última meia década não deixa de trazer certa perplexidade. Voltemos, pois, ao último êxito: com Montoya, no GP do Brasil, a última prova do calendário em 2004 (foto). A Williams vinha de uma campanha decepcionante para uma esquadra que havia disputado o título e colhido quatro vitórias no ano anterior. Frente ao avassalador domínio das Ferrari, havia sobrado a Ralf Schumacher e ao colombiano, até então, não mais que alguns pódios eventuais.
A própria vitória veio meio que por acaso, a pista mais ou menos molhada, que foi secando aos poucos, invalidou a vantagem dos pneus Bridgestone (leia-se Ferrari), e uma estratégia competente (e sortuda) colocou Montoya em vantagem, para a alegria da avalanche de colombianos que entupiam Interlagos naqueles tempos.
Dentro dos boxes, as coisas já não iam bem. Patrick Head e Mario Thiessen viviam às turras: o velho comando não aceitou delegar certas decisões à BMW e a parceria entre Grove e Munique foi desfeita no ano seguinte - os alemães colocando seus próprios carros na pista em 2006.
O fim desse 'relacionamento' foi algo bastante inesperado a julgar pela esperança de sucesso que ele inspirava em seu começo: uma equipe multicampeã juntando esforços com uma fábrica com fama de seriedade e experiência prévia em competições certamente colocava medo nos concorrentes no início dos anos 2000. Afinal, a década de 90 não pode ser contada sem fazer menção à poderosa parceria Williams-Renault...
Mas algo mudara desde então - a começar pelo espaço físico. Em 1997, Frank Williams empacotava o mobiliário na sede de Didcot para se dirigir à mais avançada fábrica de Grove. Curiosamente, o último carro saído de Didcot também foi o último Williams detentor de um título na Fórmula 1.
O que aconteceu de lá pra cá? O que colocou este nome gigante no meio do pelotão?
Será que Frank e Patrick perderam a mão, não conseguiram se adaptar ao modelo de gestão dos anos 2000, em que a fabricante multinacional deveria controlar a equipe mais de perto?
Williams se adiantou ao bonde da história ao procurar dinheiro árabe para financiar sua competência e a e seu projetista, no fim dos anos 70. Se adiantou de novo alguns anos depois, ao firmar parceria com a Honda, e depois ainda, ao convencer a Renault a voltar à Fórmula 1. Em algum momento o bonde da história passou, e eles ficaram. E, nas próprias palavras de Williams, sem as vitórias os patrocinadores não vêm; logo, o dinheiro não vem; logo, as vitórias não vêm. Um círculo vicioso difícil de ser quebrado.
Wednesday, July 28, 2010
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