É bastante curioso que a Red Bull tenha completado 100 GPs recentemente, e vencendo, poucos dias após a Williams amargar também uma centena de corridas sem vitória.
Afinal, na trajetória das duas equipes nos últimos cinco anos há algumas questões não respondidas. No post anterior, era como uma multicampeã havia se tornado figurante. Aqui, no caso do time austríaco, cabe perguntar como, tão de repente, eles se tornaram vencedores.
É certo que, desde a estreia, a Red Bull foi uma equipe bem sucedida. Eles começaram substituindo o fracassado projeto da Jaguar, que sugava rios de dinheiro da Ford, não conseguia esconder os graves problemas de gestão interna e amargou resultados pífios na pista, raríssimos pódios e nenhuma vitória.
O quadro de funcionários não foi radicalmente mudado de 2004 para 2005. Mas a alteração da cúpula foi de tal forma benéfica para a equipe que a Red Bull, em seu primeiro ano, conquistou mais pontos que os da Jaguar em seus dois últimos anos somados.
Ainda assim, não eram vistos como destinados ao sucesso. Pelo contrário, o time de Mateschitz trouxe consigo a fama de um ambiente descontraído, distante das pressões e segredos que povoavam os outros motorhomes. Boa parte dessa fama vinha do diretor de marketing, Mark Gallagher, ex-Jordan, criador do tabloide The Red Bulletin, veículo com o qual o time se comunicava com a imprensa e os fãs de forma bem humorada, com direito a piadas politicamente incorretas - algo muito diverso dos press releases relatoriais e da rispidez em voga no paddock.
Em 2006, não sem certa surpresa, Adrian Newey foi contratado para desenvolver o carro. Mas o que estaria a fazer um dos mais renomados projetistas da atualidade em uma equipe que nem parecia, assim, tão séria? O fato é que, por muito tempo, tal pergunta ficou sem resposta: ao longo de anos, os resultados não refletiam o gênio de Newey. Ora a culpa recaía sobre o motor, ora sobre os pilotos. Quem sabe, especulava-se, com uma dupla mais talentosa...
O ponto culminante ocorreu no fim de 2008, quando Sebastian Vettel, de motor Ferrari, venceu o GP da Itália com uma Toro Rosso, time supostamente 'B' da fabricante de energéticos, enquanto os 'A', de Renault, continuavam lá pelos meios do grid.
Quando Vettel se mudou da filial para a matriz, a situação começou a mudar, e a virada se deu por completo em 2009: o único carro de difusor simples da temporada capaz de andar à frente dos de difusor duplo - com exceção da Brawn. Primeira vitória na China, e são 12 triunfos desde então (e contando). E até Webber, antes tido como um dos pesos mortos do time, passou a andar no ritmo de seu companheiro.
A pergunta continua no ar: o que transformou a Red Bull, em 100 GPs, na melhor equipe da atualidade? A capacidade de Christian Horner? A prancheta de Newey? O talento de Vettel? O (único) olho clínico de Helmut Marko? Ou a grana de Mateschitz? Especule à vontade nos comentários.
Monday, August 2, 2010
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