Sunday, August 29, 2010

GP da Bélgica 2010 - O gênio, a chuva, os erros e o bundão

Ao ouvir o hino britânico, hoje, Lewis Hamilton se encontrava pela segunda vez no alto do pódio em Spa-Francorchamps. Celebrava, contudo, a sua primeira vitória. Dessa vez, porém, foi incontestável: sem ultrapassagens polêmicas, sem politicagens dos que não queriam vê-lo ganhar o campeonato antes da última etapa.

Líder do campeonato, o inglês foi soberbo desde o início dos trabalhos de pista. Não conquistou a pole por causa de um chuvisco no final dos treinos, mas, desde o apagar das luzes no domingo, viu seus rivais se atrapalharem com seus próprios erros. Webber, na pole, largou muito mal. Vettel calculou mal uma tentativa de ultrapassagem sobre Button e o abalroou, tirando-o da prova e arrasando suas próprias chances.

Alonso poderia ter sido um candidato sério à vitória, mas teve um desempenho péssimo no Q3, ontem, e encontrou um Rubens Barrichello ao final da primeira volta, que, em seu 300o GP, simplesmente achou desnecessário frear. Na segunda pancada de chuva da corrida, o espanhol subestimou a Malmedy e pagou com o abandono.

Um a um, os candidatos ao título sucumbiam às particularidades climáticas e geométricas de Spa-Francorchamps, cujas curvas foram riscadas em um tempo no qual erros cometidos dentro de um carro de corrida podiam ser fatais.

Desde que Raikkonen partiu da Fórmula 1 para se reencontrar no rali de velocidade, apenas Lewis Hamilton havia conseguido provar sua habilidade em negociar com as curvas de nível das montanhas das Ardenas. A maior prova de todas foi sua vitória no GP da Bélgica de 2008, em condições climáticas semelhantes. Uma decisão obscura e duvidosa dos comissários de prova, porém, terminou por jogá-lo algumas posições para trás, entregando o troféu a Felipe Massa, que, naquele dia, havia declarado que, para se manter na pista com chuva, havia optado por pilotar como um "bundão".

Com os acontecimentos do último GP da Alemanha ainda frescos na memória dos torcedores, o epíteto de "bundão" jamais lhe foi tão conveniente. Sem erros, mas também sem brilho, o brasileiro obteve o resultado mais justo: um opaco quarto lugar, longe do pódio, longe dos rivais.

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