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Saturday, July 2, 2011

Juan Pablo e Jacques - Os bad boys voltam pra casa

O mês de julho de 2006 trouxe mudanças impotantes para o grid da Fórmula 1. Em momentos distintos, duas figuras com legiões de fãs e currículo nada desprezível fizeram suas últimas aparições na categoria. Pilotos com personalidade forte, cujo rosto era reconhecido até por quem não acompanhava corridas. Mas que foram dispensados sem cerimônia por suas respectivas equipes. São eles Montoya e Jacques Villeneuve.

Com o colombiano, tudo teve início há exatos cinco anos, na largada-hecatombe do GP dos EUA de 2006, em que dois acidentes paralelos tiraram sete carros da prova de uma só vez. O maior deles foi culpa de Montoya, que não só custou os abandonos seu e de seu companheiro, Kimi Raikkonen, como também fez Nick Heidfeld desenhar acrobacias no ar - e sair ileso. Foi a gota d'água para Ron Dennis.

Podemos lembrar que, mal foi contratado pela McLaren, Juan Pablo teve de ficar duas provas em repouso devido a um acidente mal explicado sobre o qual as manchetes da época citam as palavras "jogo de tênis" e "motocross". Os chefes de Woking, que até hoje se orgulha se ser um centro de trabalho sério e disciplinado, não estavam dispostos a tolerar alguém sempre visto na farra e acima do peso, como o colombiano.

Por isso, já no início de 2006 haviam anunciado a contratação de Fernando Alonso para o ano seguinte. Se quisesse permanecer no emprego, Montoya teria que superar Raikkonen. Não foi o que aconteceu.

Pouco depois do imbróglio de Indianapolis, Montoya tomou a dianteira e divulgou ter assinado contrato para correr na Nascar em 2007. Ron Dennis, que nunca costumou se dar por vencido, determinou em seguida que o colombiano estava, desde então, dispensado do posto de piloto titular da McLaren - mas impedido de correr nos stock cars americanos até o término do contrato.



Enquanto isso, na Sauber recém-incorporada pela BMW, Mario Thiessen também se mostrava insatisfeito com o desempenho de Jacques Villeneuve - embora raramente superado por Heidfeld, seu companheiro em treino, seu ritmo de corrida era notadamente inferior.

Como agravante, um certo piloto de testes chamado Robert Kubica estava roubando a cena dos treinos de sexta.

Na última curva da volta 31 do GP da Alemanha, o canadense se estatela no muro, sozinho. Como medida preventiva, Kubica é escalado para entrar no seu lugar na corrida seguinte, na Hungria, e rouba todas as atenções para si. Ato contínuo, BMW Sauber e Villeneuve anunciam em questão de dias o rompimento do contrato. Com 11 vitórias (a última conquistada em 1997) e um campeonato mundial na bagagem, Jacques não se sentia à vontade sendo colocado em comparação com um jovem cheio de garra.

Foram situações diversas que tiraram Jacques e Juan Pablo da Fórmula 1, curiosamente, no mesmo mês e, ainda mais curiosamente, após batidas violentas. Mas talvez elas tenham sido um sintoma de um mesmo fenômeno. A categoria, que precisava arranjar espaço para uma nova geração, não tolerava mais os tipos bad boys mais interessados em andar de moto ou tocar guitarra do que em seguir o cronograma de exercícios.

Villeneuve e Montoya eram também não gostavam muito de recitar respostas decoradas aos jornalistas e demandavam um certo trabalho extra dos departamentos de "PR" de seus times.

Eles eram gordos demais para a Fórmula 1; a Fórmula 1 era chata demais para eles.

Wednesday, July 28, 2010

Williams, sem vitória em 100 GPs

Fora reacender a polêmica sobre ordens de equipe, o GP da Alemanha, por incrível que pareça, suscitou outros tópicos para discussão. Como o F1 Fanatic apontou e o GP Séries abordou também, domingo passado a Williams amargou a triste marca de ter disputado seu centésimo GP seguido sem vencer.

Outrora um dos nomes mais temidos do grid, a derrocada do time ao longo da última meia década não deixa de trazer certa perplexidade. Voltemos, pois, ao último êxito: com Montoya, no GP do Brasil, a última prova do calendário em 2004 (foto). A Williams vinha de uma campanha decepcionante para uma esquadra que havia disputado o título e colhido quatro vitórias no ano anterior. Frente ao avassalador domínio das Ferrari, havia sobrado a Ralf Schumacher e ao colombiano, até então, não mais que alguns pódios eventuais.

A própria vitória veio meio que por acaso, a pista mais ou menos molhada, que foi secando aos poucos, invalidou a vantagem dos pneus Bridgestone (leia-se Ferrari), e uma estratégia competente (e sortuda) colocou Montoya em vantagem, para a alegria da avalanche de colombianos que entupiam Interlagos naqueles tempos.

Dentro dos boxes, as coisas já não iam bem. Patrick Head e Mario Thiessen viviam às turras: o velho comando não aceitou delegar certas decisões à BMW e a parceria entre Grove e Munique foi desfeita no ano seguinte - os alemães colocando seus próprios carros na pista em 2006.

O fim desse 'relacionamento' foi algo bastante inesperado a julgar pela esperança de sucesso que ele inspirava em seu começo: uma equipe multicampeã juntando esforços com uma fábrica com fama de seriedade e experiência prévia em competições certamente colocava medo nos concorrentes no início dos anos 2000. Afinal, a década de 90 não pode ser contada sem fazer menção à poderosa parceria Williams-Renault...

Mas algo mudara desde então - a começar pelo espaço físico. Em 1997, Frank Williams empacotava o mobiliário na sede de Didcot para se dirigir à mais avançada fábrica de Grove. Curiosamente, o último carro saído de Didcot também foi o último Williams detentor de um título na Fórmula 1.

O que aconteceu de lá pra cá? O que colocou este nome gigante no meio do pelotão?

Será que Frank e Patrick perderam a mão, não conseguiram se adaptar ao modelo de gestão dos anos 2000, em que a fabricante multinacional deveria controlar a equipe mais de perto?

Williams se adiantou ao bonde da história ao procurar dinheiro árabe para financiar sua competência e a e seu projetista, no fim dos anos 70. Se adiantou de novo alguns anos depois, ao firmar parceria com a Honda, e depois ainda, ao convencer a Renault a voltar à Fórmula 1. Em algum momento o bonde da história passou, e eles ficaram. E, nas próprias palavras de Williams, sem as vitórias os patrocinadores não vêm; logo, o dinheiro não vem; logo, as vitórias não vêm. Um círculo vicioso difícil de ser quebrado.

Tuesday, July 8, 2008

Montoya, de Nascar


Neste início de julho, completaram-se dois anos desde que Juan Pablo Montoya saiu (ou ‘foi saído’) da Fórmula 1. Desde então o piloto foi ganhar a vida na categoria queridinha dos norte-americanos.

O texto abaixo foi retirado do fantástico guia da publicação estadunidense Athlon Sports, sobre a não tão fantástica Nascar. Dos 30 pilotos que mereceram destaque na edição, Montoya é provavelmente o mais conhecido fora da terra do Tio Sam (alguém já ouviu falar de Travis Kvapil? Ou de Reed Sorenson? Ou de Clint Bowyer?)

Segue a apresentação de Montoya, na página 100 (tradução livre):

A maioria dos bons pilotos leva mais de uma década para chegar ao topo em uma categoria. Para Juan Pablo Montoya da Colômbia, levou menos de dez anos para se destacar em três. O já vencedor da CART e das 500 Milhas de Indianápolis que virou vencedor da Fórmula 1 adicionou ‘stock cars’ ao seu currículo ano passado – e o calouro ganhou destaque rapidamente. Agora, com uma vitória e o prêmio Raybestos Rookie of the Year (Estreante do Ano), Montoya espera construir uma temporada de sucesso em ’08.

Mesmo que ele tenha de enfrentar o ‘azar da segunda temporada’, suas chances só continuarão a crescer. Houve muitas poucas mudanças no número 42 durante a pré-temporada. O chefe de equipe Donnie Wingo volta, bem como o patrocínio da Texaco-Havoline para a Chip Ganassi Racing. Além do mais, Montoya recebe outro simpatizante de monopostos como colega de equipe, o campeão da IRL Dario Franchitti. Ambos devem trabalhar bem juntos, e Franchitti deve sofrer das mesmas dores de crescimento, como estreante, que Montoya teve em 2007.

Falando em dores, é exatamente o que os adversários de Montoya sentem quando correm contra ele. Conhecido pelo estilo de pilotagem agressivo, ele não tem medo de confundir as coisas, ganhando rapidamente a reputação de ser um dos pilotos mais difíceis de ultrapassar. Além de franzir algumas sobrancelhas, a agressividade de Montoya causou mais do que alguns cacos em ’07. Culminando na infeliz confrontação física com Kevin Harvick em Watkins Glen, a conhecida belicosidade do piloto mostra-se difícil de ser contida. É esta personalidade forte que vai fazê-lo ou quebrá-lo enquanto ele disputa uma vaga no Chase (os pilotos que poderão concorrer ao título, nos “playoffs” da categoria) em ’08.

Mas não importa o que aconteça, o impacto de Montoya já fez muita coisa. Com uma base de fãs mundial, ele levou milhões de espectadores para os ‘stock cars’, aumentando a popularidade da Nascar fora dos EUA com a emocionante vitória na Cidade do México pela Busch Series. “É óbvio o quanto ele é talentoso”, diz Jeff Gordon. “Eu acho que quando sua equipe se supera e lhe dá aquele carro, ele se supera e mostra do que é capaz. ... Ele me impressiona muito”. É esperado que Montoya impressione muito mais durante sua segunda temporada e acrescente alguns troféus à sua coleção, eventualmente.