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Friday, February 18, 2011

O dia de Earnhardt


A batida que matou de Dale Earnhardt, ocorrida há exatos dez anos, ainda hoje surpreende pelo verniz prosaico. Numa categoria como a Nascar, que organiza até 30 provas por ano, a maioria em ovais, colisões são corriqueiras. Por outro lado, talvez pelo fato de os carros serem bolhas que cobrem integralmente o piloto, além de menos velozes do que os grandes 'fórmulas', o óbito do ídolo e multicampeão foi apenas o quarto registrado na história da então Winston Cup.

Era a última curva da última volta da Daytona 500. Earnhardt havia liderado e estava em terceiro. À sua frente, seu filho, Dale Jr., em segundo, e Michael Waltrip, que corria por sua equipe e, em poucos instantes, venceria sua primeira corrida na Winston, após mais de 460 tentativas.

Um bolo de carros se formou atrás de seu carro preto número três. Ele percorria a trajetória central quando, avança um pouco mais á esquerda, sua traseira encosta no para-choque de Sterling Marlin e sobresterça para dentro do traçado. Em seguida, a frente vira para a direita, encontra Ken Schrader no caminho e vai de encontro ao muro.

O impacto é suficiente para arrancar o capô e quebrar a roda dianteira direita, mas, ainda assim, os bólidos envolvidos desaceleram preguiçosamente, até pararem no gramado central da pista. Schrader sai do carro e vai em direção a Earnhardt, volta rapidamente e se dirige aos médicos.

Enquanto isso, Waltrip comemora. Ao repórter que o entrevista, declara os planos com o milhão de dólares que acaba de embolsar pela conquista.

Na transmissão da Fox, um dos comentaristas, ao ver o replay do acidente, dá seu veredicto: "A TV não faz justiça, esse impacto é forte".

Earnhardt jamais mostrou sinais vitais e os médicos nada puderam fazer a não ser dar a notícia do heptacampeão, há 26 anos na Nascar. O laudo mais aceito credita a uma fratura basal do crânio a causa mortis - tipo de ferimento raro na população geral, mas comum em ocorrências fatais com pilotos.

"The Intimidator", como era conhecido no jargão midiático, ganhou o apelido pela agressividade. Reclamou quando os organizadores implantaram placas restritoras nas tomadas de ar para diminuir a potência nos superspeedways, e mais ainda quando, em 2000, foram baixadas normas regulamentando o acerto mecânico dos carros em Daytona, para torná-los ainda mais lentos.

Recusava-se a usar capacete integral, numa época em que seus colegas já consideravam implantar o Hans - dispositivo que o teria, provavelmente, poupado a vida.

Era um piloto das antigas, mas que ainda vestia o macacão e vencia corridas. Talvez por isso sua morte tenha chocado os admiradores da Nascar: era um passado inteiro que o automobilismo norte-americano via ser deixado para trás.

Thursday, April 8, 2010

A Nascar segundo Jim Clark

Eventualmente este espaço costuma lembrar algumas efemérides, mesmo que não ostentem números redondos ou anos múltiplos de cinco. Ontem, como muitos blogs recordaram, foi o 42o aniversário de morte de Jim Clark.

Para marcar a data, coloco à disposição dos leitores um relíquia encontrada no (imperdível) fórum francês Autodiva, uma matéria da revista Auto Racing sobre uma das passagens mais desconhecidas da carreira do escocês: sua breve passagem pela Nascar norte-americana.

Foi no fim de outubro de 1967, nas 500 milhas de Rockingham, Carolina do Norte, a bordo de um Ford Galaxie número 66.

O autor do texto, Bob Glendy, traça o perfil de um piloto compenetrado e profissional, bastante diferente da imagem 'playboy' que temos da Fórmula 1 dos anos 60. Clark está toda hora perguntando detalhes sobre o melhor traçado da pista, a mecânica do carro, o clima, para mecânicos, outros pilotos e 'qualquer um que pudesse lhe dar atenção'.

Há um quê de criança curiosa no bicampeão da Fórmula 1, vencedor da Indy 500 e que acabara de vencer o GP do México. Para a corrida no domingo, ele já aparece no autódromo quarta-feira, preocupado em não perder nenhum detalhe.

Como se tratava de um primeiro contato com um carro pesado em um oval, os organizadores aceitaram uma inscrição conjunta, e para dividir a empreitada com Clark, Jochen Rindt foi convidado. O austríaco, por sua vez, chegou à pista na quinta à tarde, pilotando apenas no sábado. Na corrida, o carro quebrou antes de o austríaco entrar no cockpit.

Ao fim, o automobilismo sulista dos EUA se mostrou impressionado com esse jovem entusiasmado, que apreciava pilotar tudo o que encontrasse pela frente. Em seu primeiro contato com um carro que não conhecia, largou em vigésimo quinto e estava em décimo terceiro quando uma válvula defeitousa forçou o abandono.

Quem se dispor a ler a matéria, em inglês, também vai se deparar com histórias curiosas, como, por exemplo, o primeiro convite que recebeu para uma prova da Nascar, no início dos anos 60, mas que teve de recusar - em favor de comparecer ao casamento de Stirling Moss, do qual seria padrinho.

Além de Clark e Rindt, Ludovico Scarfiotti foi outro piloto da Fórmula 1 a comparecer em Rockingham naquele final de semana. Em três anos, todos eles estariam mortos.



Wednesday, April 1, 2009

A bandeira amarela como fonte de prazer


Na Fórmula 1, as bandeiras amarelas em toda a pista são eventos indesejados e inconstantes, embora cada vez mais comuns. Por isso, talvez seja melhor pensar na Nascar, ou em qualquer categoria norte-americana, de preferência que corra em ovais.

Nos ovais, a bandeira amarela é institucionalizada. Antes ela não existia. Se um carro batesse no muro, era recolhido sem que a corrida sofresse interrupção. Há fortes indícios para crer que a introdução das bandeiras amarelas nos EUA tenha coincidido com o início das transmissões televisivas ostensivas dos campeonatos automobilísticos.

Não é difícil entender o porquê. Uma paralisação a poucas voltas do final nivela os desempenhos e garante um final mais disputado, um clímax hollywoodiano ao qual o público está mais acostumado, o que mantém a audiência estável. Além disso, a distribuição delas ao longo da prova possibilita a inserção de comerciais sem perda do conteúdo.

Algumas pesquisas divulgadas nos EUA mostram lados interessantes desta relação. O New York Times publicou no mês passado uma reportagem sobre uma pesquisa conduzida pela NYU e Universidade da Califórnia, que indica que o público televisivo não apenas tolera, mas gosta que a programação seja interrompida.

Segundo o artigo, dois grupos de universitários foram colocados para assistir um mesmo episódio de uma série cômica. Um dos grupos o assistiu da maneira como foi veiculado, com comerciais; ou outro, sem interrupções. Por uma margem estatisticamente válida, os que o assistiram com comerciais gostaram mais do episódio.

A abrangência do fenômeno não se limita nem ao lado positivo do intervalo nem à restrição da tv, segundo a matéria do Times. Inserir interrupções em uma atividade prazerosa a potencializa, da mesma forma que suportar condições irritantes, como por exemplo o som de um aspirados de pó, é mais difícil quando elas sofrem pausas.

Há também conclusões empíricas. O professor Mauro Wilton, da Escola de Comunicação e Artes da USP relata uma experiência da Calvin Klein, que comprou todas as cotas de espaços publicitários de uma sessão de filmes semanal no horário nobre da televisão. Ela deixava o filme transcorrer, colocando inserções apenas antes e depois do programa. A audiência caiu.

“A razão para isso, argumentamos, é que tendemos a nos adaptar a uma variedade de experiências conforme elas acontecem (...). Ouvir uma música, assistir a um programa de tv, fazer uma massagem: tudo isso começa muito agradável, e em poucos minutos nos acostumamos. As interrupções quebram isso”, afirmou ao NYT o professor de marketing Leif Nelson, da Universidade da Califórnia em San Diego.

No Brasil, a Fórmula 1 foi transmitida com interrupções até 1988. A Globo, de 81 até esta data, costumava colocar algo entre cinco inserções de 30s cada, ou menos, durante a corrida. Não havia Safety Car nesta época. Causa grande ruído para os olhos atuais. Quando foi banido, nunca mais voltou.

A própria matéria admite que “nem todas as atividades agradáveis melhoram com interrupções”, especialmente as narrativas mais complexas. Podemos pensar que as provas de esporte a motor são, sim, narrativas muito complexas. As variáveis são muitas, a história não é linear, os carros (em teoria) podem abandonar a qualquer momento, os cortes da tv e as informações numéricas incompletas que ela divulga fraturam ainda mais a compreensão. É um esporte não-linear por excelência.

O automobilismo norte-americano resolveu isso da forma mais fácil. Mas será que ainda podemos chamá-lo de esporte?

(Matéria do NYT retirada de caderno especial publicado na Folha de S. Paulo)

Wednesday, March 25, 2009

Columbine, Calligaris e gasolina (parte 1)

Se quiserem entender de automobilismo, leiam o caderno de esportes por último, ou melhor, nem leiam- a poucos dias do início da temporada de Fórmula 1 2009, acho um bom momento para fazer afirmações radicais.

Os jornais, ou melhor, a divisão dos jornais em cadernos é um dos maiores problemas do jornalismo impresso do qual ninguém fala. É por causa disso, por exemplo, que a cobertura das pré-temporadas da F1 são tão arrastadas e cheias de boataria.

Tudo isso pra dizer que semana passada li um artigo sobre automobilismo escrito por Contardo Calligaris, no caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo (19/03/2009). Na verdade, nem a palavra “automobilismo” estava escrita: era um artigo sobre assassinos em massa que matam dezenas em um só dia e freqüentemente se matam depois. Como aqueles de Columbine.

Calligaris, psicanalista cujas colunas acompanho faz tempo, começa traçando um panorama dessas ocorrências e aponta a dificuldade de estabelecer um padrão de motivos que levam pessoas a cometer tais atos: umas são mais abastadas, outras menos, é indiferente terem emprego ou não, terem relacionamento conflituoso com as vítimas ou não.

Dois pontos, no entanto, emergem como denominadores comuns: os algozes são sempre homens, e a matança é sempre pública (nunca o assassino está escondido). Ou seja, os gestos são atitudes masculinas que precisam ocorrer em frente aos olhos dos outros. Uma conclusão arrebatadora vem a seguir. “A identidade da gente é um tecido de imagens incertas; nesse jogo de espelhos, há poucos atos ‘reais’, que possam dizer a que viemos sem que seu sentido dependa do olhar dos outros. Como dizia um psicanalista famoso, é possível que haja só dois atos dessa qualidade: dar à luz e morrer. Claro, para ‘meninos’ só sobraria morrer. Mas acrescento: morrer e, talvez, matar”.

Ok, mas... o que o automobilismo tem a ver com isso? A resposta vem amanhã no próximo post (caso contrário, este ficaria muito longo e teórico, e poucos de vocês chegariam até o fim). Antes, porém, é interessante analisar alguns dados fornecidos por Calligaris: segundo ele, há uma epidemia de tais casos nos EUA, desde Columbine em 1999, e na Alemanha, desde 2002. De fato, nesses dois países ocorreram massacres do tipo agora mesmo, em março. Houve um caso na Escócia, em 1996, e dois na Finlândia, anos passado e retrasado.

Alemanha e Finlândia, dois países que, juntos, levaram sete títulos mundiais de F1 nos últimos dez anos. A Escócia tem tradição no esporte, e em meados dos anos 1990 Coulthard era um piloto promissor, lembram? Quanto aos EUA, faltou o colunista ressaltar que os massacres se concentram no sul do país... onde a Nascar é extremamente popular.

Claro que pode ser apenas uma enorme coincidência, mas que o automobilismo está completamente imerso nas sociedades onde foram registrados tais eventos, ah ele está.

Saturday, August 16, 2008

Palpites


Sim, este blog já manifestou abertamente que nunca vai publicar pitacos. Mas esta não é uma prática padrão. Os blogs adoram adivinhar. E não só eles: a Athlon Sports Racing, publicação norte-americana, divulgou em seu guia da Nascar, antes do campeonato começar, o palpite de um vencedor para cada corrida da Sprint Cup – a categoria principal.

A Athlon Sports Racing é publicada uma vez por ano, sempre como o guia da categoria automobilística mais popular dos EUA. É feita por um time de renomados profissionais, com ótimas pautas.

Confira um panorama do campeonato até o momento, e o índice de acerto da revista:

17/fev/2008 – Daytona 500
Local: Daytona International Speedway
Vencedor em 2007: Kevin Harvick
Aposta da revista: Kurt Busch
Vencedor: Ryan Newman

25/fev – Auto Club 500
Local: Auto Club Speedway (California Speedway)
Vencedor em 2007: Matt Kenseth
Aposta da revista: Matt Kenseth

Vencedor: Carl Edwards

2/mar – UAW – Dodge 400
Local: Las Vegas Motor Speedway
Vencedor em 2007: Jimmie Johnson
Aposta da revista: Jimmie Johnson
Vencedor: Carl Edwards

9/mar – Kobalt Tools 500
Local: Atlanta Motor Speedway
Vencedor em 2007: Jimmie Johnson
Aposta da revista: Martin Truex Jr.
Vencedor: Kyle Busch

16/mar: Food City 500
Local: Bristol Motor Speedway
Vencedor em 2007: Kyle Busch
Aposta da revista: Kurt Busch
Vencedor: Jeff Burton

30/mar – Goody’s Cool Orange 500
Local: Martinsville Speedway
Vencedor em 2007: Jimmie Johnson
Aposta da revista: Jeff Gordon
Vencedor: Denny Hamlin

6/abr – Samsung 500
Local: Texas Motor Speedway
Vencedor em 2007: Jeff Burton
Aposta da revista: Matt Kenseth
Vencedor: Carl Edwards

12/abr – Subway Fresh Fit 500
Local: Phoenix International Raceway
Vencedor em 2007: Jeff Gordon
Aposta da revista: Tony Stewart
Vencedor: Jimmie Johnson

27/abr – Aaron’s 499
Local: Talladega Superspeedway
Vencedor em 2007: Jeff Gordon
Aposta da revista: Jeff Gordon
Vencedor: Kyle Busch


3/mai - Crown Royal Presents the Dan Lowry 400
Local: Richmond International Raceway
Vencedor em 2007: Jimmie Johnson
Aposta da revista: Jeff Gordon
Vencedor: Denny Hamlin

10/mai - Dodge Challenger 500
Local: Darlington Raceway
Vencedor em 2007: Jeff Gordon
Aposta da revista: Jimmie Johnson
Vencedor: Greg Biffle

25/mai - Coca-Cola 600
Local: Lowe’s Motor Speedway
Vencedor em 2007: Casey Mears
Aposta da revista: Carl Edwards
Vencedor: Kyle Busch

1/jun - Best Buy 400 Benefiting Student Clubs for Autism Speaks
Local: Dover International Speedway
Vencedor em 2007: Martin Truex Jr
Aposta da revista: Carl Edwards
Vencedor: Greg Biffle

8/jun – Pocono 500
Local: Pocono Raceway
Vencedor em 2007: Jeff Gordon
Aposta da revista: Kurt Busch
Vencedor: Kasey Kahne

15/jun – LifeLock 400
Local: Michigan International Speedway
Vencedor em 2007: Carl Edwards
Aposta da revista: Greg Biffle
Vencedor: Kyle Busch

22/jun – Toyota/Save Mart 350
Local: Infineon Raceway
Vencedor em 2007: Juan Pablo Montoya
Aposta da revista: Tony Stewart
Vencedor: Kasey Kahne

29/jun – LENOX Industrial Tools 301
Local:
New Hampshire Motor Speedway
Vencedor em 2007: Denny Hamlin
Aposta da revista: Martin Truex Jr
Vencedor: Patrick Carpentier

5/jul – Coke Zero 400 Powered By Coca-Cola
Local:
Daytona International Speedway
Vencedor em 2007: Jamie McMurray
Aposta da revista: Jimmie Johnson
Vencedor: Paul Menard

12/jul – LifeLock.com 400
Local: Chicagoland Speedway
Vencedor em 2007: Tony Stewart
Aposta da revista: Kevin Harvick
Vencedor: Kyle Busch

27/jul – Allstate 400 at The Brickyard
Local: Indianapolis Motor Speedway
Vencedor em 2007: Tony Stewart
Aposta da revista: Matt Kenseth
Vencedor: Jimmie Johnson

3/ago – Sunoco Red Cross Pennsylvania 500
Local: Pocono Raceway
Vencedor em 2007: Kurt Busch
Aposta da revista: Denny Hamlin
Vencedor: Jimmie Johnson

10/ago – Centurion Boats at The Glen
Local: Watkins Glen International
Vencedor em 2007: Tony Stewart
Aposta da revista: Jeff Gordon
Vencedor: Kyle Busch

Resultado: nenhum acerto para a revista até o momento. Algo, convenhamos, perfeitamente compreensível, já que as provas da Nascar são feitas à semelhança de uma loteria...

Os resultados são os do
site oficial da categoria.

Tuesday, July 8, 2008

Montoya, de Nascar


Neste início de julho, completaram-se dois anos desde que Juan Pablo Montoya saiu (ou ‘foi saído’) da Fórmula 1. Desde então o piloto foi ganhar a vida na categoria queridinha dos norte-americanos.

O texto abaixo foi retirado do fantástico guia da publicação estadunidense Athlon Sports, sobre a não tão fantástica Nascar. Dos 30 pilotos que mereceram destaque na edição, Montoya é provavelmente o mais conhecido fora da terra do Tio Sam (alguém já ouviu falar de Travis Kvapil? Ou de Reed Sorenson? Ou de Clint Bowyer?)

Segue a apresentação de Montoya, na página 100 (tradução livre):

A maioria dos bons pilotos leva mais de uma década para chegar ao topo em uma categoria. Para Juan Pablo Montoya da Colômbia, levou menos de dez anos para se destacar em três. O já vencedor da CART e das 500 Milhas de Indianápolis que virou vencedor da Fórmula 1 adicionou ‘stock cars’ ao seu currículo ano passado – e o calouro ganhou destaque rapidamente. Agora, com uma vitória e o prêmio Raybestos Rookie of the Year (Estreante do Ano), Montoya espera construir uma temporada de sucesso em ’08.

Mesmo que ele tenha de enfrentar o ‘azar da segunda temporada’, suas chances só continuarão a crescer. Houve muitas poucas mudanças no número 42 durante a pré-temporada. O chefe de equipe Donnie Wingo volta, bem como o patrocínio da Texaco-Havoline para a Chip Ganassi Racing. Além do mais, Montoya recebe outro simpatizante de monopostos como colega de equipe, o campeão da IRL Dario Franchitti. Ambos devem trabalhar bem juntos, e Franchitti deve sofrer das mesmas dores de crescimento, como estreante, que Montoya teve em 2007.

Falando em dores, é exatamente o que os adversários de Montoya sentem quando correm contra ele. Conhecido pelo estilo de pilotagem agressivo, ele não tem medo de confundir as coisas, ganhando rapidamente a reputação de ser um dos pilotos mais difíceis de ultrapassar. Além de franzir algumas sobrancelhas, a agressividade de Montoya causou mais do que alguns cacos em ’07. Culminando na infeliz confrontação física com Kevin Harvick em Watkins Glen, a conhecida belicosidade do piloto mostra-se difícil de ser contida. É esta personalidade forte que vai fazê-lo ou quebrá-lo enquanto ele disputa uma vaga no Chase (os pilotos que poderão concorrer ao título, nos “playoffs” da categoria) em ’08.

Mas não importa o que aconteça, o impacto de Montoya já fez muita coisa. Com uma base de fãs mundial, ele levou milhões de espectadores para os ‘stock cars’, aumentando a popularidade da Nascar fora dos EUA com a emocionante vitória na Cidade do México pela Busch Series. “É óbvio o quanto ele é talentoso”, diz Jeff Gordon. “Eu acho que quando sua equipe se supera e lhe dá aquele carro, ele se supera e mostra do que é capaz. ... Ele me impressiona muito”. É esperado que Montoya impressione muito mais durante sua segunda temporada e acrescente alguns troféus à sua coleção, eventualmente.