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Friday, November 5, 2010

Brasil 1-2-3

Como prometido no post anterior, as três primeiras posições de uma corrida já foram ocupadas unicamente por brasileiros uma vez. Essa configuração histórica durou aproximadamente três segundos.

Foi durante o GP dos Estados Unidos de 1991, disputado nas ruas de Phoenix, Arizona, um buraco no qual a Fórmula 1 caiu durante três temporadas.

Ayrton Senna largou na frente e desapareceu, liderou todas as voltas e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar. Atrás dele, a prova foi um pouco mais agitada. Alain Prost estava em segundo lugar até fazer seu pit stop. Aí Riccardo Patrese herdou a posição. Nelson Piquet e Roberto Moreno, ambos na Benetton, vinham logo atrás.

Naquela altura da prova, a volta número 50, as Benetton, de pneus Pirelli, estavam com os compostos mais bem preservados que a Williams do italiano, de Goodyear. A certa altura, Patrese tentou andar mais que o carro e rodou. Parou no meio do traçado.

Piquet conseguiu desviar por pouco - pra falar a verdade, ele se safou com uma derrapagem digna de rali. Moreno vinha mais aberto e encheu a dianteira de Patrese.

Senna na frente, Piquet, incólume, em segundo, e Moreno, embora sem uma roda, devidamente grudado no muro, em terceiro. O momento de glória do automobilismo brasileiro estava pintado.

É claro que logo depois o Alesi passou os restos da segunda Benetton e acabou com a festa. Mas, como diria Vinicius, foi eterno enquanto durou.

Vocês podem ver como foi a batida neste vídeo aqui:

Wednesday, November 3, 2010

Os velhos tempos do Brasil vencedor

Quando as luzes se apagarem em Interlagos e os carros largarem para o GP do Brasil, a Fórmula 1 estará completando um ano e 59 dias sem uma vitória brasileira.

Não que seja um enorme hiato. Houve maiores, como o longo e doloroso (pensando aqui em termos mais ou menos ufanistas) período entre 1993 e 2000, que, motivado em grande parte pela morte de Ayrton Senna, pegou no contrapé um país mais do que acostumado com a “musiquinha da vitória” nos domingos de manhã.

Mesmo assim, o período atual é o mais xoxo desde há uns cinco anos. E as perspectivas não são boas – antes, pelo menos, havia ao menos um piloto sentado num carro competitivo. Este ano, Felipe Massa estava, mas não se mostrou confortável o suficiente nele para vencer: e, no dia em que venceria com absoluta certeza, a equipe ordenou que ele cedesse a sua posição.

A geração atual agora vive a situação contrária de um par de décadas atrás e, para ela, soa inverossímil um brasileiro enfileirando vitórias e buscando um título. Dobradinhas, então, nem pensar.

A última delas foi há pouco mais de 20 anos, com Nelson Piquet e Roberto Moreno. No dia 21 de outubro de 1990, o presidente era o Collor, a inflação era a maior do mundo, a miséria e a pobreza eram mais patentes. O país começava a abrir suas portas para o comércio internacional, de uma das formas mais patéticas de que se tem notícia.

Internet, telefone celular, tudo isso era fictício ou inatingível se você não fosse um zilionário. Foi nesse dia que duas Benetton amarelas, azuis e verdes (ok, tinha um pouco de vermelho nelas também) cruzaram em primeiro e segundo a linha de chegada do GP do Japão.

Como se não bastasse o pódio de Piquet e Moreno, Ayrton Senna, de tão famosa maneira, conquistou no mesmo dia seu segundo título mundial.

Foi a décima primeira dobradinha brasileira, a nona em pouco mais de quatro (!) anos.

Apesar de tudo, uma marca os brazucas nunca alcançaram: um “full house” no pódio, as três primeiras posições de um GP. Não que já não tenham chegado perto. Chegaram muito perto, aliás... Mas essa história fica para o próximo post.


Monday, November 30, 2009

Do que esqueci em 2009 - A morte de Greg Moore

Um bizarro acidente quase salvou a vida do jovem piloto canadense Greg Moore. No paddock de Fontana, lindo oval californiano onde a CART disputaria a última etapa do campeonato em 1999, um veículo da organização acertou em cheio a scooter que Greg usava para se deslocar. O saldo de uma mão machucada poderia afastá-lo da corrida.

A Forsythe, rápida, contratou Roberto Moreno como piloto freelance para largar com o carro 99, mas sequer pôde esquentar o macacão do time canadense: após exames médicos e algumas voltas de teste, Moore foi liberado para largar (em último, pois não participara da classificação) na corrida na qual viria a morrer.

Os fatos seguintes são de conhecimento público. Nona volta, curva dois, relargada, 24 anos, 5 vitórias, contrato fechado com a Penske para 2000. Quatro temporadas, jovem promessa desde então. Algo incomum para os tempos modernos, seu óbito foi anunciado à imprensa antes do fim da corrida. Vídeo.