Showing posts with label Nelson Piquet. Show all posts
Showing posts with label Nelson Piquet. Show all posts

Wednesday, August 17, 2011

Retrato

Tem foto que define melhor a personalidade de Nelson Piquet? Se tem, eu nunca vi. Esta foi tirada em 1981, ano de seu primeiro campeonato mundial, em local não especificado.

Wednesday, November 3, 2010

Os velhos tempos do Brasil vencedor

Quando as luzes se apagarem em Interlagos e os carros largarem para o GP do Brasil, a Fórmula 1 estará completando um ano e 59 dias sem uma vitória brasileira.

Não que seja um enorme hiato. Houve maiores, como o longo e doloroso (pensando aqui em termos mais ou menos ufanistas) período entre 1993 e 2000, que, motivado em grande parte pela morte de Ayrton Senna, pegou no contrapé um país mais do que acostumado com a “musiquinha da vitória” nos domingos de manhã.

Mesmo assim, o período atual é o mais xoxo desde há uns cinco anos. E as perspectivas não são boas – antes, pelo menos, havia ao menos um piloto sentado num carro competitivo. Este ano, Felipe Massa estava, mas não se mostrou confortável o suficiente nele para vencer: e, no dia em que venceria com absoluta certeza, a equipe ordenou que ele cedesse a sua posição.

A geração atual agora vive a situação contrária de um par de décadas atrás e, para ela, soa inverossímil um brasileiro enfileirando vitórias e buscando um título. Dobradinhas, então, nem pensar.

A última delas foi há pouco mais de 20 anos, com Nelson Piquet e Roberto Moreno. No dia 21 de outubro de 1990, o presidente era o Collor, a inflação era a maior do mundo, a miséria e a pobreza eram mais patentes. O país começava a abrir suas portas para o comércio internacional, de uma das formas mais patéticas de que se tem notícia.

Internet, telefone celular, tudo isso era fictício ou inatingível se você não fosse um zilionário. Foi nesse dia que duas Benetton amarelas, azuis e verdes (ok, tinha um pouco de vermelho nelas também) cruzaram em primeiro e segundo a linha de chegada do GP do Japão.

Como se não bastasse o pódio de Piquet e Moreno, Ayrton Senna, de tão famosa maneira, conquistou no mesmo dia seu segundo título mundial.

Foi a décima primeira dobradinha brasileira, a nona em pouco mais de quatro (!) anos.

Apesar de tudo, uma marca os brazucas nunca alcançaram: um “full house” no pódio, as três primeiras posições de um GP. Não que já não tenham chegado perto. Chegaram muito perto, aliás... Mas essa história fica para o próximo post.


Saturday, October 2, 2010

Vídeo: Senna explica vitória em Detroit, 1987



É interessante procurar material, hoje em dia, sobre os GPs de Detroit dos anos 80. POdemos traçar inúmeros paralelos com Cingapura.

Vamos ao vídeo: os três primeiros colocados - Senna, Piquet, Prost - estão em um carro aberto sendo levados para o pódio ou para a sala de imprensa ou sabe deus onde. Um repórter os entrevista para a tv local.

Senna fala da decisão de não parar para trocar pneus -o único que apostou em seguir com os mesmos durante todo o percurso. Foi inteligente, mas arriscado: em determinado momento, ele era 20s por volta mais lento que o segundo colocado. Mas afirma que o carro correspondeu bem, a suspensão ativa funcionou, e seu único grande problema foi o pedal do freio, cujo curso estava irregular.

Por fim, ele conta como conseguiu a bandeira do Brasil - a segunda vez que ele a empunhou numa volta de desaceleração; a primeira também havia sido em Detroit, no ano anterior.

Prost não estava muito interessado em falar. E Piquet fala do cansaço e de como não gosta de pistas travadas.

Thursday, June 24, 2010

Pirelli retorna à Fórmula 1 para "superar" marcas dos anos 50

Em primeiro lugar, gostaria de me desculpar com os leitores deste espaço pela falta de atualizações. Elas tendem a ficar mais constantes já a partir da semana que vem. Ainda preciso 'pegar o ritmo' mais uma vez, me ligar de novo no universo do automobilismo, e isso leva um certo tempo.

Dentre as notícias mais quentes está a confirmação do que já se comentava há muito tempo, o retorno da Pirelli como fornecedora de pneus para a Fórmula 1. Uma boa oportunidade para um panorama histórico sobre a passagem da marca pela categoria.

Desde 1991 que nenhuma equipe vai à pista calçada com os italianos. Naquele ano ocorreu a última vitória, com Nelson Piquet, com a Benetton, no GP do Canadá. Engana-se, porém, quem pensa que eles saíram no auge. Antes do brasileiro, o último a vencer de Pirelli havia sido Gerhard Berger, no GP do México de 1986 - que ganhou a corrida justamente por confiar no menor desgaste de seus compostos, levando o carro até o fim sem parar nos boxes.

No ano anterior, Nelson Piquet havia vencido o GP da França (foto) para salvar o ano da fabricante. Os pneus geralmente eram inferiores aos Goodyear, e na chuva do GP de Portugal protagonizaram um vexame histórico. Paul Ricard foi a única pista onde eles se equipararam aos americanos; o desempenho em reta do motor BMW da Brabham ajudou o brasileiro a fugir dos rivais na longa reta Mistral, e os novos Honda da Williams só alcançariam a plenitude na corrida seguinte, em Silverstone.

A conquista de Piquet tirou a Pirelli de uma fila de quase 28 anos: Stirling Moss era o último vencedor da marca, pelo GP da Itália de 1957. Os anos 50 ainda são a década de ouro dos pneus italianos, época em que competiram sobretudo contra os Dunlop britânicos e Englebert belgas. Agora liberados da concorrência, estes números ficarão no passado, e a marca tende a somar vitórias ad infinitum às 43 que já possui.

Sunday, December 14, 2008

Se “Piquet fala” é notícia?

O site Grande Prêmio anunciava como manchete principal, no último dia 11: Piquet ‘aconselha’ Barrichello: “Tá na hora de ir para casa”. Era um conjunto de quatro matérias, todas assinadas por Felipe Paranhos, todas acerca da opinião de Nelson Piquet sobre algum fato: Senna ainda não mostrou talento, fala Piquet, Piquet fala que ano de Nelsinho foi muito bom, Nelson se impressiona: "F-1 está competitiva", e, finalmente, Piquet diz que só anda no GT3 se estiver livre.

Minto. Esta última contém uma informação de verdade. Também erro em apontar o nome do repórter, que não inventou essa modalidade de produção jornalística, está submetido a superiores.

Esta modalidade, recorrente, é a de destacar a opinião de alguém sobre um determinado fato e reproduzi-la como notícia, e Piquet é um dos grandes símbolos desse tipo de jornalismo. Sempre foi um showman, construiu sua persona sobre a irreverência. Desbocado desde os tempos de piloto, mesmo afastado do circo (no ano de estréia de seu filho na categoria, quase não apareceu nos autódromos), seus comentários a respeito da Fórmula 1, histriônicos, informais, viram manchete quase automaticamente.

O automatismo é flagrante na chamada principal, Piquet ‘aconselha’ Barrichello: “Tá na hora de ir para casa”. É de conhecimento público que Piquet e Barrichello enfrentaram desavenças há anos, e que, desde então, o tricampeão jamais se pronunciou a favor de Rubens. Este, por sua vez, poucas vezes ou nunca respondeu a qualquer acusação vinda de seu desafeto.

O texto da matéria , por incrível que pareça, fala muito mais sobre a saída da Honda do que sobre Barrichello. Há apenas uma menção: “Ele já ficou 17 temporadas na F-1, né? Tá na hora de voltar pra casa...”.

Relevemos Barrichello, pois. Sobre a saída da Honda da Fórmula 1, o entrevistado informa que não tratou isso como surpresa, que é algo esperado em tempos de crise, e analisou que as montadoras tratam a Fórmula 1 como puro marketing.

Há alguma informação nova para o leitor? Interessa ao leitor saber que a saída da Honda não surpreendeu Piquet (relevemos também o fato de que é muito fácil declarar conformidade para com um evento após ele ter acontecido...)?

Pois é, e o Grande Prêmio considerou esta a notícia mais importante do dia.

Mas este não é um vício do Grande Prêmio, apenas. Certa vez, no Tazio (que me desculpem os acadêmicos, não guardei a referência), um título anunciava que Nelsinho Piquet havia ficado decepcionado após uma sessão de treinos na qual ele figurou entre as últimas posições. Ora, isto não é notícia. Seria notícia se ele, ou qualquer outro piloto, desse urros de alegria por ter se classificado em penúltimo.

Qualquer blogueiro mediano sabe que é difícil mesmo arranjar assunto sobre automobilismo em determinadas épocas, principalmente durante o inverno europeu. Mas daí a publicar qualquer “aspas”, há uma grande diferença. Nossa imprensa especializada tem a função de fornecer notícia, informação. Palpite não é notícia.

Informação significa relevância, ou nas palavras de Husserl, é a “diferença que faz a diferença”. Não há nada de diferente nas falas de Piquet. Criticar Barrichello e falar bem do próprio filho são balelas que ele repete há quinze anos.

Friday, September 12, 2008

1981 – GP da Itália


13/09, Monza. Décima-terceira etapa.

Do “L’Année Automobile 1981/1982”
Texto original: Eric Bhat


Foi, sem dúvida, no warm-up que Alain Prost e a equipe Renault forjaram seu sucesso no GP da Itália. Pouco satisfeito com regulagens de suspensão de seu monoposto, Prost assumiu o risco de modificá-las para a corrida, atitude que deu mais certo do que se esperava: desde a primeira volta da corrida, Prost sentiu que tinha um carro para ganhar, e dominou a prova do início ao fim.

Isso não quer dizer, porém, que foi fácil. Houve chuva intermitente sobre a pista milanesa, em diversas partes do circuito, e as condições delicadas exigiram dons de improvisação dos pilotos. Era fácil cometer um erro mas Prost soube evitá-los. René Arnoux, ao contrário, se deixou cair: saiu da pista na décima-quarta volta, quando estava em segundo, privando a Renault de uma dobradinha.

Prost inacessível, Arnoux fora do jogo, e apenas a segunda posição estava ao alcance dos outros 22 carros. O mais brilhante piloto do início da corrida foi Didier Pironi, de oitavo a segundo na primeira volta, mas, com o auxílio das condições de corrida bastante medíocres que sua Ferrari 126C lhe fornecia, ele cai rapidamente na classificação. Então Jacques Laffite o substitui no encalço das Renault. No momento em que começa a chover, ele é o mais rápido da pista, mas, antes de poder atacar, sai da pista na décima-segunda volta, vítima de um furo. Patrick Tambay, renascido do 16o ao 4o lugar, confirma em seguida o bom desempenho das Talbot-Ligier JS 17, até cravar seu pneu sobre os cacos da McLaren de Watson. A chuva permite a Giacomelli permanecer entre os primeiros, e um problema de câmbio o impede de garantir a terceira posição.

Jones herdou o lugar de Laffite atrás das Renault, fazendo-o cruzar a linha de chegada em segundo lugar, apesar de um dedo quebrado após uma briga em Londres. Piquet conheceu o azar ao ser traído na última volta pelo motor, fazendo-o ceder o terceiro lugar a Reutemann, pouco à vontade com o acerto de seu carro.

Vencedor: Prost, Renault.52 voltas (de 5,8km, num total de 301,600km) em 1h26min33s89, média de 209km/h.

Melhor volta: Reutemann, Williams (1min37s528).

Pole: Arnoux, Renault (1min33s46).

Tempo: nublado, precipitações isoladas no começo da corrida.

Público: 60 mil espectadores.

Friday, July 25, 2008

Piquet pai, Piquet filho


O relato abaixo, sobre Nelson Ângelo Piquet, foi feito por Javier Morcillo, ex-piloto espanhol e presente nos paddocks britânicos na época em que o brasileiro foi disputar a Fórmula 3 Inglesa.

No ano seguinte, na Inglaterra, começou por comprar um chassi de cada marca admitida [no campeonato] e treinar 5 meses com todos até decidir qual era o melhor para o campeonato. Fez sua própria equipe, com o melhor do melhor. Recrutou os melhores mecânicos e engenheiros, os quais mimava na base do cheque e da vida de luxo. Recordo que, enquanto os demais íamos em Ford Fiestas aos circuitos, os da equipe Piquet levavam M3 novos.

O que era espetacular de verdade eram as acompanhantes de Nelsinho, Nelson Sr. e seus amigos. Nunca soubemos ao certo quem era a irmã, quem era a namorada e quem era a ‘madrasta’, porque todas eram impressionantemente belas de vinte-e-tantos que faziam os que passavam perderem o fôlego.

Originalmente publicado na Maxi Autosport de fevereiro de 2008. Tradução livre.

Friday, July 18, 2008

1981 – GP da Alemanha


02/08, Hockenheim. Décima etapa.

Do “L’Année Automobile 1981/1982”
Texto original: Eric Bhat

Apesar da vitória de Nelson Piquet, nos lembraremos mais nitidamente do GP da Alemanha de 81 o fabuloso duelo que Jones impôs a Prost durante a primeira metade da corrida. A bem da verdade, foi um duelo imprevisto. Como em Silverstone, as Renault assinalaram os dois melhores tempos nos treinos, e se esperava, acima de tudo, vê-las dominar da mesma forma que fizeram na Inglaterra.

O acaso as atingiu de novo. René Arnoux perdeu todas as suas chances desde a primeira volta. Um pneu traseiro furado em razão de um choque com a Brabham de Piquet, ele foi aos boxes e voltou a ua grande distância dos líderes.

Restava Alain Prost. Ele tomara o comando na luz verde, mas o limitador de giro de sua Renault se desregulou rapidamente, impedindo-o de tirar o máximo de seu motor. Houve um ponto positivo: esta alteração deixou a corrida emocionante e permitiu a Prost revelar definitivamente a extensão de seu talento. Bem no meio da corrida, ele resistia com impressionante maestria aos ataques de Jones, que, portanto, não poupava o equipamento, o que a Williams fosse mais veloz. O astuto campeão australiano teve que esperar a 22a volta para encontrar a falha, graças a um mal entendido entre Prost e Arnoux, quando este tomava uma volta. Uma vez na liderança, a Williams tomou conta da corrida.

É então que Nelson Piquet entra em cena. Terceiro após o abandono de Reutemann, ele foi ao encontro da Renault de Prost e a ultrapassou na 36a volta. Após dois terços de prova, a Williams de Jones começou a sofrer de graves problemas de alimentação, como em Mônaco. Piquet, ainda que atrapalhado por uma saia danificada no início da corrida, ultrapassou a Williams e ganhou a liderança a sete voltas da chegada. Os problemas de Jones fizeram-no deixar de figurar entre os seis primeiros no fim. Atrás de Piquet e Prost, Laffite fez um excelente negócio: quinto no início da prova, ele se aproveitou dos problemas das Williams para chegar em terceiro.

Vencedor: Piquet, Brabham. 45 voltas (de 6,789km, num total de 305,505km) em 1h25m55s60, média de 213,294km/h.

Melhor volta: Jones, Williams (1min52s42).

Pole: Prost, Renault (1min47s50).

Tempo: bom, muito quente.

Público: Por volta de 90.000 espectadores.

Friday, July 4, 2008

1981 – GP da Grã-Bretanha


18/07, Silverstone. Nona etapa.

Do “L’Année Automobile 1981/1982”
Texto original: Eric Bhat


A julgar que eles foram injustamente frustrados da vitória na França, os ingleses obtiveram a reparação desta ofensa duas semanas mais tarde em Silverstone. John Watson entusiasmou o público ao impor sua McLaren MP 4. O piloto irlandês não era, entretanto, o melhor colocado na largada para fazer comer poeira a equipe Renault, soberana nos treinos, bem como durante a maior parte da corrida.

Além disso, ninguém parecia estar no mesmo patamar para concorrer com os carros franceses. René Arnoux e Alain Prost tinham notadamente assinalado os dois melhores tempos nos treinos, os motores superalimentados constituindo um trunfo de velocidade nesta pista ultra-rápida. Isso mesmo fez com que a Brabham aparecesse pela primeira vez com um motor BMW turbo durante os treinos de um GP.

Nelson Piquet conseguia acompanhar o domínio da Renault no início da corrida. Alain Prost, na liderança tão logo a largada foi dada, rapidamente abriu vantagem, enquanto Piquet tentava a muito custo se aproximar de Arnoux, segundo da corrida. Mas na 21a volta, em seguida de um estouro de pneu, a Brabham de Piquet saiu violentamente do traçado. Novo golpe teatral três voltas mais tarde: Alain Prost entrava os boxes, o motor falhando, e passava a liderança a seu companheiro de equipe Arnoux. Este, por sua vez, tinha a prova nas mãos, longe e à frente de Watson.

A vitória parecia prometida a Arnoux, mas, ao fim da corrida, dois cilindros pararam de funcionar no motor de sua Renault, que emitia um som rouco. Watson contava então 30 segundos de desvantagem. Ele se recuperava rápido sobre a Renault defeituosa, e assumiu a primeira posição sobre calorosas ovações na 60a de 68 voltas. O infeliz René não foi poupado: ele não teve a consolação de terminar em segundo, seu motor rendendo-se a quatro voltas da chegada. Carlos Reutemann lucrou diretamente com isso, aumentando assim sua pontuação de maneira sensível na liderança do campeonato.

Vencedor: Watson, McLaren. 68 voltas (de 4,719km, num total de 320,892km) em 1h26m54s80, média de 221,150km/h.

Melhor volta: Arnoux, Renault (1min15s067).

Pole: Arnoux, Renault (1min11s000).

Tempo: bom, mas frio.

Público: 100.000 espectadores.