Monday, August 18, 2008

GPWC – “Kirch oferece ações, e montadoras agora ficam perto de controlar F-1”

Os fatos narrados nesta seção aconteceram entre os anos de 2001 e 2002.

Título e informações: Folha de S. Paulo


Recapitulando: de um lado, temos uma situação política irreconciliável entre as montadoras e a Fórmula 1, que caminhava em passos cada vez mais largos para a cisão e criação de uma nova categoria, a partir de 2008.

Do outro lado, temos uma vaga lembrança do Campeonato Mundial de Fórmula 1, que começou em março último, em Melbourne. Neste, a Ferrari (Fiat), McLaren (DaimlerChrysler), Renault e BMW largaram, o que leva à conclusão de que não foi criada uma nova categoria...

A matéria da Folha, em fevereiro de 2002, conta o ‘início do fim’ da GPWC:

“As montadoras de automóveis nunca estiveram tão perto de controlar a F-1. Ontem, o grupo alemão KirchMedia, que detém 58% da holding que comanda a categoria, ofereceu suas ações para a GPWC, empresa que reúne as fábricas envolvidas com o esporte”.

“Junto com o lote iriam outros 17% que pertencem à EM.TV, associada da Kirch”.

Explica-se: em contrapartida aos gastos bilionários com direitos comerciais e de tranmissão de eventos esportivos, Leo Kirch também acumulou uma bela dívida, que alcançavam US$4,5 bilhões. Ele pegou US$1,5 bilhão de empréstimos em bancos, que venceriam em junho de 2002. A mesma quantia também foi tomada da News Corp, ou seja, de Rupert Murdoch, e venceria em outubro do mesmo ano.

Kirch não teve escolha a não ser vender suas ações da Slec para pagar estas dívidas. Primeiro, tentou negociá-las diretamente com Murdoch, que recusou. Depois, ofereceu-as a Bernie Ecclestone. Ecclestone vendeu as ações a Kirch por US$1,4 bilhão, e este estava pedindo a metade do preço para o inglês comprá-las de volta. Bernie, sabe-se lá por quê, recusou.

O alemão, então, teve de recorrer às montadoras, já organizadas na GPWC. Apesar de Juergen Hubbert, presidente da Mercedes-Benz, negar as negociações, Kirch vazou que elas estavam ocorrendo, sim.

Ter ações da Slec seria extremamente conveniente para as montadoras, pois não precisariam mais começar um novo campeonato mundial. Afinal, a GPWC não faturaria tanto concorrendo com a Fórmula 1 quanto a Fórmula 1, se esta continuasse a não ter concorrentes. Além disso, as ações da Slec nunca estiveram tão baratas...

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