Após os treinos classificatórios de sábado, a Brawn informou a Barrichello que sua caixa de câmbio, devido ao princípio de incêndio sofrido durante o GP da Bélgica, seria trocada para a corrida, o que o faria perder cinco posições no grid – pesou na decisão da equipe o fato de Monza proporcionar chances de ultrapassagens (segundo a própria),minimizando a punição.
Barrichello não se deixou convencer, assumiu os riscos e a decisão de correr com o mesmo equipamento. Cinquenta e três voltas depois, provou que tinha razão. Por mais que a estratégia da Brawn tenha sido muito bem sucedida, a jogada determinante para a vitória de Rubinho foi erguer o tom de sua voz e fazer sua vontade prevalecer.
Foi muito mais que uma vitória, portanto, foi ter agido como um vencedor: eis o grande feito de Rubinho em Monza.
No início de junho, Capelli colocou uma interessante hipótese sobre o desempenho do piloto ao longo de sua carreira, ao mostrar que sua superioridade em relação aos companheiros se dava em larga medida quando a equipe não possuía um bom carro. Este foi o ponto de partida para uma outra hipótese, de minha autoria. Todo piloto que está na Fórmula 1 tem uma grande paixão pela vitória, mas com esta convivem outras grandes paixões que variam de indivíduo para indivíduo. A paixão específica de Barrichello é a sua relação com o carro.
Rubinho parece desenvolver uma espécie de simbiose com o bólido que pilota. Não à toa é um reconhecido bom desenvolvedor e acertador, já que possui um gosto muito particular em interpretar os sinais que chegam até ele no cockpit – e que outros pilotos talvez mal se deem conta.
Isso pode ser muito bem notado nas entrevistas que dá ao final da corrida, pelas quais, aliás, costuma ser criticado e/ou crucificado. O que jornalistas e espectadores interpretam como arrogância e prepotência, talvez seja... bem, arrogância e prepotência também, mas um pouco mais do que isso. Note nas entrevistas e coletivas de imprensa como ele relata as reações do carro, um consumo atípico de pneus, um eventual problema na troca de marchas, uma resposta problemática do motor na saída de uma curva. Ao grande público tudo isso soa como uma forma de externalizar os problemas, não aceitar a própria responsabilidade pelo resultado obtido, se eximir da responsabilidade. A um engenheiro, isso soa como um ótmo gráfico de telemetria.
Soma-se a isso as más fases, os longos períodos em que a vitória não vem, e que marcaram profundamente a carreira do piloto. Hoje, porém, ele não pode ser criticado, porque venceu. Mais do que vencer, não se eximiu das responsabilidades pelo resultado. Mais do que isso: o carro foi perfeito.
Se Barrichello incorre na verborragia quando abandona ou tem um resultado decepcionante, hoje seu silêncio durante a volta de desaceleração foi mais do que eloquente. “Quando cruzei a linha de chegada, fiquei sem palavras”, declarou. Não havia mais nada a dizer.
Barrichello não se deixou convencer, assumiu os riscos e a decisão de correr com o mesmo equipamento. Cinquenta e três voltas depois, provou que tinha razão. Por mais que a estratégia da Brawn tenha sido muito bem sucedida, a jogada determinante para a vitória de Rubinho foi erguer o tom de sua voz e fazer sua vontade prevalecer.
Foi muito mais que uma vitória, portanto, foi ter agido como um vencedor: eis o grande feito de Rubinho em Monza.
No início de junho, Capelli colocou uma interessante hipótese sobre o desempenho do piloto ao longo de sua carreira, ao mostrar que sua superioridade em relação aos companheiros se dava em larga medida quando a equipe não possuía um bom carro. Este foi o ponto de partida para uma outra hipótese, de minha autoria. Todo piloto que está na Fórmula 1 tem uma grande paixão pela vitória, mas com esta convivem outras grandes paixões que variam de indivíduo para indivíduo. A paixão específica de Barrichello é a sua relação com o carro.
Rubinho parece desenvolver uma espécie de simbiose com o bólido que pilota. Não à toa é um reconhecido bom desenvolvedor e acertador, já que possui um gosto muito particular em interpretar os sinais que chegam até ele no cockpit – e que outros pilotos talvez mal se deem conta.
Isso pode ser muito bem notado nas entrevistas que dá ao final da corrida, pelas quais, aliás, costuma ser criticado e/ou crucificado. O que jornalistas e espectadores interpretam como arrogância e prepotência, talvez seja... bem, arrogância e prepotência também, mas um pouco mais do que isso. Note nas entrevistas e coletivas de imprensa como ele relata as reações do carro, um consumo atípico de pneus, um eventual problema na troca de marchas, uma resposta problemática do motor na saída de uma curva. Ao grande público tudo isso soa como uma forma de externalizar os problemas, não aceitar a própria responsabilidade pelo resultado obtido, se eximir da responsabilidade. A um engenheiro, isso soa como um ótmo gráfico de telemetria.
Soma-se a isso as más fases, os longos períodos em que a vitória não vem, e que marcaram profundamente a carreira do piloto. Hoje, porém, ele não pode ser criticado, porque venceu. Mais do que vencer, não se eximiu das responsabilidades pelo resultado. Mais do que isso: o carro foi perfeito.
Se Barrichello incorre na verborragia quando abandona ou tem um resultado decepcionante, hoje seu silêncio durante a volta de desaceleração foi mais do que eloquente. “Quando cruzei a linha de chegada, fiquei sem palavras”, declarou. Não havia mais nada a dizer.
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