Wednesday, April 13, 2011
De la Frontera
Uma das chegadas mais incríveis da história do automobilismo mundial completa hoje 25 anos. Foram 14 milésimos de segundo entre a Lotus de Senna (à esq.) e a Williams de Mansell, mas cujo frio na espinha se estende ao tempo presente.
Os momentos passam; restam os lugares. Hoje se completam, também, os 25 anos da primeira prova no circuito de Jerez de la Frontera. Incrustado numa região mais famosa pelos seus vinhos que pelos seus carros, a pista surgiu como uma alternativa aos barões locais de levantar a economia andaluz nos combalidos tempos pré-União Europeia.
No rastro da busca por maior segurança - tendência fotalecida pela morte de Gilles Villeneuve -, os arquitetos desenharam um traçado travado, em cuja maior reta não cabiam mais que 600, cheio de curvas, a maioria lenta.
Uma reportagem da Folha de S.Paulo da época (dia 12/4/1986, descrevendo os treinos de sexta) comenta a ideia original: "Segundo cálculos da epoca do projeto do autódromo, os tempos dos carros da Fórmula 1 ficariam em torno de 1m52s, o que representaria uma média de 134 km/h. Jerez seria, então, o circuito mais lento da F-1, superando até mesmo o traçado de rua da cidade de norte-americana de Detroit".
Chutaram longe, pois a pole foi obtida com média de 186 km/h. A média do vencedor, ao fim da prova, foi de 167 km/h.
Mais adiante, na matéria da Folha: "As instalações do autódromo espanhol impressionaram todos os pilotos, mas o estado da pista não acompanhou a sofisticação do resto, deixando a desejar e merecendo inúmeras críticas".
A desaprovação foi unânime quando, na volta 12, Stefan Johansson perdeu os freios e estampou a proteção de pneus de um cotovelo. A assistência ao sueco demorou muito, apesar de uma das novidades de Jerez ser justamente uma pista auxiliar, por onde trafegariam os carros de serviço.
A Fórmula 1 continuou a realizar seu GP da Espanha lá até 1990, mas nunca atraiu grande interesse. Por outro lado, o local se tornou reduto das corridas de moto. Algumas alterações de traçado depois, desentortando alguns trechos, seguida por dois GPs da Europa, hoje o lugar sobrevive como sede de testes de pré-temporada.
Nunca foi amada, mas suas sucessoras espanholas no calendário dos Grands Prix, Barcelona e Valência, tampouco o foram.
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