A Turquia foi o centro do noticiário sobre Fórmula 1 esta semana. Não, porém, porque será a próxima etapa do campeonato, mas porque pode abandonar de vez o calendário da categoria.
Alegam os organizadores que a taxa cobrada por Ecclestone pela renovação do contrato é extorsiva. E é verdade. Mas o mal-estar entre Istambul Park e a Fórmula 1 é bem anterior à negociação. Data de 2006.
Começou com o fim da corrida. O autódromo havia acabado de ver a primeira vitória de Felipe Massa. O clima no pódio era de expectativa, mas não apenas pela festa do brasileiro: os promotores do GP haviam anunciado na última hora a autoridade responsável por entregar o truféu ao primeiro colocado. E enfim ele apareceu, Mehmet Ali Talat, definido pela transmissão como "presidente da República Turca do Chipre do Norte". Cumprimentou o brasileiro, deu-lhe a taça.
A FIA não demorou a notar o problema. O tal país não é reconhecido por nenhuma outra autoridade. A Turquia havia usado a Fórmula 1 para demarcar suas zonas de influência e afirmar soberania frente aos vizinhos. Isso, a categoria não tolera.
A federação, sob sua política de neutralidade, fez uma algazarra infernal e aplicou uma multa milionária nos organizadores.
O resto da história, todos conhecemos. O incidente afastou o apoio governamental do evento (aparentemente, a propaganda político-militar era a única parte interessante do GP para o governo) e a economia turca não foi capaz de sustentá-lo por si só. Arquibancadas ficavam inteiras às moscas em pleno domingo, como Nelsinho Piquet fez questão de fotografar durante a driver's parade de 2007.
O elogiado traçado pós-moderno-barra-eclético erguido por Hermann Tilke a um custo absurdo virou um elefante branco. A MotoGP correu lá algumas vezes e desistiu. Agora, ao que tudo indica, veremos no dia 6 os carros passando pela última vez pela curva 8.
Saturday, April 23, 2011
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