Thursday, September 2, 2010

A talentosa Jordan

Desde há algumas poucas provas, a transmissão para a tv tem incluído uma agradável novidade: quando o pessoal dos boxes está sendo filmado, seus nomes aparecem escritos na tela. É algo que faz o espectador lembrar que não são apenas pilotos e chefes de equipe que merecem o crédito pelo que acontece nas pistas: centenas de pequenas mãos trabalham para fazer o automobilismo existir.

Esse fato me fez pensar em grandes equipes do passado que passaram mais ou menos despercebidas, e foram logo esquecidas. Uma delas é a Jordan de 1999.

Uma matéria publicada já há alguns anos na F1 Racing Brasil (nº 7) faz justiça a este time de estrelas. Nem tanto aos pilotos (talvez tenha sido o melhor ano da carreira de Frentzen; Damon Hill estava completamente desmotivado) ou a Eddie Jordan, mas ao pessoal dos bastidores que, mesmo sem um orçamento vultuoso, foi capaz de construir um carro para brigar por vitórias.

Boa parte do sucesso deve ser creditado, claro, ao motor Mugen-Honda, veloz e confiável. Mas o fator humano também foi decisivo. No comando do pessoal estava Mike Gascoyne que tinha acabado de chegar ao time: ame-o ou odeie-o, seu currículo como diretor-técnico de equipes pouco abastadas é notório.

Abaixo dele estava, como projetista-chefe adjunto, o engenheiro Mark Smith, prata da casa. Curiosamente, Smith voltou a trabalhar com Gascoyne recentemente, ao assumir como diretor-técnico da nova Lotus, vindo da Force India. Também passou, ao longo da década, pela Red Bull.

Pescado da empresa californiana Swift veio o aerodinamiscista Jon Tomlinson, atualmente chefe de departamento na Williams.

Hoje tido como um dos grandes responsáveis pela ascensão da Force India no ano passado, James Key era o engenheiro de dados de Heinz-Harald Frentzen, subordinado a Sam Michael, sucessor de Patrick Head na Williams desde que este decidiu se afastar das funções técnicas, em 2004.

Antes de se tornar campeão em 2005 e 2006 na Renault, Bob Bell, irlandês, era chefe do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Jordan - e, após o afastamento de Briatore, vem exercendo o cargo de diretor-técnico na equipe francesa. O falecido Dino Toso, também na Renault em seus anos de glória, era o engenheiro de corrida de Damon Hill.

Por fim, o cobiçado aerodinamiscista John Iley também vestia amarelo pelos paddcoks mundo afora em 1999. Nos últimos anos, tem sido disputado entre duas das maiores gigantes do esporte a motor, Ferrari e McLaren (desde o início do ano, está nesta última).

A falta de dinheiro da Jordan certamente ajudou todos estes nomes a provar o valor que tinham, mas também foi ela a grande responsável por fazer com que este time estrelado se desmanchasse em tão pouco tempo. Os resultados esperados para 2000 não apareceram, e os talentos debandaram. São pessoas como essas, porém, que mostram que o sucesso, na Fórmula 1, é resultado de uma coletividade.

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