As representações atuais da Justiça tradicionalmente mostram uma figura feminina com os olhos vendados, já que, privada da faculdade da visão, ela seria capaz de julgar a todos como iguais. Nossa concepção visual de justiça é herdeira direta da deusa romana Iustitia. Ironicamente, porém, uma outra deusa grega, nas representações antigas, justamente por estar de olhos vendados distribui desigualmente os bens entre os homens.
Seu nome é Fortuna – o nome latino para a deusa grega Tyche. Nos séculos XV e XVI ela foi resgatada por Maquiavel para compor sua famosa teoria da virtù e da fortuna: ela seria uma das forças coordenadora do mundo, a força do imponderável, do indomável. Já a virtù seria o talento e a capacidade do indivíduo.
Transferindo Maquiavel para uma pista de corrida, teríamos a virtù como as capacidades do piloto e do carro, e a fortuna a força que embaralha as peças em jogo.
Se quisermos um exemplo mais concreto, poderíamos colocar que a virtù de Sebastian Vettel e de sua Red Bull provavelmente lhe dariam a vitória no GP do Bahrein; quis a fortuna, no entanto, que um problema no motor o arrastasse para fora do pódio.
Aliás, o GP do Bahrein pode ter sido chato para muitos, mas foi curioso ver tão bem a volta dessa componente na Fórmula 1, chamada fortuna: quebras, superaquecimentos e demais problemas determinaram boa parte do resultado final. A Fórmula 1 tem evitado ao máximo com esse tipo de evento.
Podemos ver isso na maneira como o regulamento trata os motores. Desenvolvimento congelado, obrigação de durar até três corridas, isso torna a categoria excessivamente previsível, controlada, do jeito que os anunciantes e investidores gostam – mas que não parece agradar a nós, do outro lado da tela.
Os problemas de Vettel e Massa no último domingo se fizeram sentir, mas não foram nada se comparados aos problemas enfrentados pela Virgin e pela Hispania, o que leva a crer que, se a Fórmula 1 deixou a Fortuna entrar, também fez o favor de lhe tirar a venda. A pontaria da divindade apresenta agora uma pontaria quase perfeita!
Já há alguns anos, na verdade, não vemos um campeão com diversas quebras ao longo do ano, ou com um carro pouco confiável. O programa da categoria trata de fazer com que os líderes não abandonem. Numa semana em que muito se discutiu acerca dos rumos dos GPs, é importante atentar para o fato de que alguns sinais de Sakhir parecem bastante esperançosos.
Não que tudo esteja bem, no entanto: enquanto se discute formas de estimular ultrapassagens e trocas de posição, seria interessante pensar simultaneamente em como fazer a Fortuna avançar para as primeiras posições do grid e se manter por lá. Talvez seja esta a grande questão.
Seu nome é Fortuna – o nome latino para a deusa grega Tyche. Nos séculos XV e XVI ela foi resgatada por Maquiavel para compor sua famosa teoria da virtù e da fortuna: ela seria uma das forças coordenadora do mundo, a força do imponderável, do indomável. Já a virtù seria o talento e a capacidade do indivíduo.
Transferindo Maquiavel para uma pista de corrida, teríamos a virtù como as capacidades do piloto e do carro, e a fortuna a força que embaralha as peças em jogo.
Se quisermos um exemplo mais concreto, poderíamos colocar que a virtù de Sebastian Vettel e de sua Red Bull provavelmente lhe dariam a vitória no GP do Bahrein; quis a fortuna, no entanto, que um problema no motor o arrastasse para fora do pódio.
Aliás, o GP do Bahrein pode ter sido chato para muitos, mas foi curioso ver tão bem a volta dessa componente na Fórmula 1, chamada fortuna: quebras, superaquecimentos e demais problemas determinaram boa parte do resultado final. A Fórmula 1 tem evitado ao máximo com esse tipo de evento.
Podemos ver isso na maneira como o regulamento trata os motores. Desenvolvimento congelado, obrigação de durar até três corridas, isso torna a categoria excessivamente previsível, controlada, do jeito que os anunciantes e investidores gostam – mas que não parece agradar a nós, do outro lado da tela.
Os problemas de Vettel e Massa no último domingo se fizeram sentir, mas não foram nada se comparados aos problemas enfrentados pela Virgin e pela Hispania, o que leva a crer que, se a Fórmula 1 deixou a Fortuna entrar, também fez o favor de lhe tirar a venda. A pontaria da divindade apresenta agora uma pontaria quase perfeita!
Já há alguns anos, na verdade, não vemos um campeão com diversas quebras ao longo do ano, ou com um carro pouco confiável. O programa da categoria trata de fazer com que os líderes não abandonem. Numa semana em que muito se discutiu acerca dos rumos dos GPs, é importante atentar para o fato de que alguns sinais de Sakhir parecem bastante esperançosos.
Não que tudo esteja bem, no entanto: enquanto se discute formas de estimular ultrapassagens e trocas de posição, seria interessante pensar simultaneamente em como fazer a Fortuna avançar para as primeiras posições do grid e se manter por lá. Talvez seja esta a grande questão.
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