É uma história destinada ao esquecimento, decerto, das menos importantes nesse mundo de milhões de dólares e de vencedores. Arrisco-me, contudo, a contá-la: a breve história da equipe Simtek.
Quinta-feira, 25 de maio de 1995. Há quinze anos, portanto. Os carros entravam na pista para o primeiro dia de treinos para o GP de Mônaco. Em um dos diminutos boxes, o clima estava pesado. Nick Wirth havia declarado: "A não ser que alguns patrocinadores que nos fizeram promessas compareçam com dinheiro, fechamos as portas, pomos os 48 trabalhadores na rua e não vamos ao Canadá". Sua equipe era a Simtek. Ele a havia posto para correr no início de 1994, com a ajuda financeira de Jack Brabham (bancando o cockpit para seu filho David) e da SMS Motorsport.
De semi-anônima equipe do fim do grid, a Simtek foi alçada às primeiras (ou segundas) páginas dos noticiários após a morte de um de seus pilotos, Roland Ratzenberger, no sábado 30 de abril, durante os treinos oficiais para o GP de San Marino em Imola.
Duas corridas depois, o piloto substituto, Andrea Montermini, também sairia gravemente ferido de uma batida durante o GP da Espanha, à qual ele felizmente sobreviveu. E outra vez ainda, durante testes em Silverstone, David Brabham escapou ileso de um outro acidente.
Wirth poderia ter desistido. Mas resolveu seguir em frente e no ano seguinte a equipe viu sua fama de cadeira elétrica ficar para trás ao construir um carro eficiente, que dava poucos problemas e recebia a potência do motor Ford Cosworth ED, em substituição aos ultrapassados HB de 1994. Os resultados começavama aparecer com o melhor piloto que já correu naqueles carros roxos, Jos Verstappen. Largar do meio do grid passou a ser normal. Em Barcelona, o holandês partiu da 16a posição e chegou em 12o.
Olhando em retrospecto, diz-se que a falha de Wirth, reconhecido como ótimo engenheiro, foi ter sido presa de seu pouco tino comercial. Retornamos ao GP de Mônaco de 1995. Aqueles patrocinadores a quem ele se referiu não vieram.
Quando as luzes verdes se acenderam no principado, os carros partiram e encontraram um acidente múltiplo na primeira curva. A largada foi cancelada. Houve um segundo procedimento. O pelotão largou novamente, mas dois carros não estavam mais lá. Eram os Simtek . O de Verstappen sucumbiu a problemas de câmbio. E como se o azar fosse pouco, enquanto içavam o carro de Domenico Schiattarella (foto) após o acidente da primeira partida, os comissários o deixaram cair, destruindo o chassi.
A Simtek não foi mais para o Canadá. Nem para lugar algum. Wirth, poucos meses após a falência da equipe, trabalhava no projeto de um novo túnel de vento para a Benetton, encomendado por seu amigo Flavio Briatore. Este ano, ele retorna à Fórmula 1 no comando de um time: a Virgin, que esboça futuro igual ou pior à de sua primeira tentativa.
Tuesday, May 25, 2010
O dia em que a Simtek acabou
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