Michael Schumacher na verdade perdeu, no fim do ano, um de seus recordes. Para um conterrâneo: Nick Heidfeld. O piloto da BMW ostenta, atualmente, o título de piloto que mais se classificou em Grandes Prêmios consecutivamente, com 28 chegadas.
Schumacher se classificou em 24 GPs consecutivos, desde a Hungria, em 2001, até o GP da Malásia em 2003. Já Heidfeld começou sua saga em Magny Cours, em 2007, e tem se classificado em todas as corridas desde então. Ou seja, sua marca ainda pode melhorar.
Classificar-se em uma prova não significa, necessariamente, chegar nela. Considera-se classificado um piloto que tenha completado pelo menos 90% das voltas do vencedor. O próprio Nick teve um abandono nas suas últimas 28 corridas, mais precisamente no pluviorrágico GP do Japão de 2007, quando seu motor quebrou na 65a volta, duas a menos que as percorridas pelo primeiro colocado, Lewis Hamilton.
Esta foi a pior colocação do piloto no período: 14o lugar, também obtido no GP da Mônaco de 2008. Apesar da tendência de não chegar bem em corridas confusas (décimo no último GP do Brasil, por exemplo), um de seus melhores resultados - segundo lugar - foi conquistado no chove-para do GP da Grã-Bretanha de 2008.
Foram quatro segundos lugares durante este período, todos obtidos no ano passado, e cinco pódios: aos resultados anteriores, soma-se a terceira posição na Hungria, em 2007. Em 28 corridas, Heidfeld pontuou em 20. Apesar da seqüência, não se pode dizer que o piloto tenha sido regular. Schumacher, em suas 24 corridas, pontuou em todas, o que lhe rende o recorde de maior número de pontuações consecutivas.
Nick Heidfeld também deve ceder parte dos méritos de sua marca por ser um produto de seu tempo, afinal os anos 2000 têm como característica, na Fórmula 1, uma resistência sem precedentes dos carros. Não à toa que, das dez primeiras sequências registradas, oito ocorreram nos últimos nove anos. As exceções são Niki Lauda, classificado todas as 17 corridas entre o GP de Mônaco de 1975 e o GP da Suécia de 1976, e Ayrton Senna, que igualou a marca de Lauda entre os GPs do México de 1988 e 1989.
Mas o que realmente diminui o recorde de Heidfeld é o fato de o piloto não haver obtido nenhuma vitória nem nas últimas 28 corridas, tampouco nos exatos 150 Grandes Prêmios que disputou até hoje. Eis o alemão que é a grande prova de que recordes, na Fórmula 1, nem sempre significam algo.