Certamente já assisti a mais de dez treinos da Fórmula 1 em Interlagos, estes de hoje foram até que triviais demais. Mas cada vez que volto de lá reforço a convicção de que, muito antes de ser um autódromo, Interlagos foi um cemitério indígena. Ou um campo de pouso para naves extraterrestres.
Alguns indícios levam a crer que Interlagos possui uma lógica própria. Exemplo: choveu o dia inteiro. Repito, choveu o dia inteiro, desde as seis da manhã até as quatro da tarde, não havendo mais de meia hora sem finíssimos pingos caindo sobre o circuito. Isso sem falar no frio e no vento que fariam inveja a qualquer aeroporto militar de Northamptonshire (Silverstone inclusive). Por isso mesmo, não passei filtro solar. Estou ligeiramente rosa.
Os testemunhas de Jeová atacaram novamente. Desta vez, estão vendendo iogurte. Conheço muita gente que vai ao autódromo, mas ninguém que vai para beber iogurte... A marca do produto suscitou boas cantadas para as vendedoras: “Nossa, que vigor!”
De qualquer forma, toda iniciativa em prol das vísceras da torcida é bem-vinda, já que mesmo na sexta-feira de manhã os banheiros químicos já estavam fedorentos (há um banheiro de verdade na arquibancada A, vale dizer, mas que ‘serve’ apenas para o número um).
Parênteses: pelas palavras de um amigo meu, “quando a Fórmula 1 voltou para Interlagos, ficamos espantados porque havia banheiros. No Rio de Janeiro, tínhamos de urinar (óbvio que ninguém fala ‘urinar’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) em sacos de lixo ou de pão de forma, já que era impossível descer das arquibancadas e voltar para o mesmo lugar”. Onde estes sacos iam parar depois de cheios? Via de regra, na cabeça de algum(a) sujeito(a) sentado nos lugares mais baixos.
Por falar em arquibancada A (e para ser um pouco bairrista), era a única do circuito que estava mais ou menos cheia. Até mesmo o setor G estava vazio. Desnecessário dizer que as tribunas corporativas estavam às moscas.
Entre os torcedores, o assunto do momento foi a pintura do carro de Coulthard – que, ao vivo, é mais acinzentada. No primeiro treino, alguns amigos comentaram: “Muito interessante”.
No segundo treino, um deles se corrigiu: “É feia pra caramba (ninguém fala ‘caramba’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) essa pintura do Coulthard!” E arrematou: “Parece um ônibus clandestino...”
E não é que parece mesmo?
Alguns indícios levam a crer que Interlagos possui uma lógica própria. Exemplo: choveu o dia inteiro. Repito, choveu o dia inteiro, desde as seis da manhã até as quatro da tarde, não havendo mais de meia hora sem finíssimos pingos caindo sobre o circuito. Isso sem falar no frio e no vento que fariam inveja a qualquer aeroporto militar de Northamptonshire (Silverstone inclusive). Por isso mesmo, não passei filtro solar. Estou ligeiramente rosa.
Os testemunhas de Jeová atacaram novamente. Desta vez, estão vendendo iogurte. Conheço muita gente que vai ao autódromo, mas ninguém que vai para beber iogurte... A marca do produto suscitou boas cantadas para as vendedoras: “Nossa, que vigor!”
De qualquer forma, toda iniciativa em prol das vísceras da torcida é bem-vinda, já que mesmo na sexta-feira de manhã os banheiros químicos já estavam fedorentos (há um banheiro de verdade na arquibancada A, vale dizer, mas que ‘serve’ apenas para o número um).
Parênteses: pelas palavras de um amigo meu, “quando a Fórmula 1 voltou para Interlagos, ficamos espantados porque havia banheiros. No Rio de Janeiro, tínhamos de urinar (óbvio que ninguém fala ‘urinar’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) em sacos de lixo ou de pão de forma, já que era impossível descer das arquibancadas e voltar para o mesmo lugar”. Onde estes sacos iam parar depois de cheios? Via de regra, na cabeça de algum(a) sujeito(a) sentado nos lugares mais baixos.
Por falar em arquibancada A (e para ser um pouco bairrista), era a única do circuito que estava mais ou menos cheia. Até mesmo o setor G estava vazio. Desnecessário dizer que as tribunas corporativas estavam às moscas.
Entre os torcedores, o assunto do momento foi a pintura do carro de Coulthard – que, ao vivo, é mais acinzentada. No primeiro treino, alguns amigos comentaram: “Muito interessante”.
No segundo treino, um deles se corrigiu: “É feia pra caramba (ninguém fala ‘caramba’, mas tive que substituir alguns termos por outros mais vitorianos) essa pintura do Coulthard!” E arrematou: “Parece um ônibus clandestino...”
E não é que parece mesmo?